segunda-feira, 8 de julho de 2013

Jubileu de Ouro Sacerdotal do Pe. João Croimans

Mensagem pelo  Jubileu de Ouro Sacerdotal do Pe. João Croimans

07 de Julho de 2013

Caríssimo irmão no sacerdócio,
Pe. João Croimans

“...alegrai-vos porque vossos nomes estão escritos no céu”, (Lc 10,20).

Ao cumprimentá-lo pela celebração de suas Bodas de Ouro de Sacerdócio, tenho em mente o texto do evangelho de Lucas, em que os setenta e dois discípulos são enviados por Jesus dois a dois, a todas as cidades e lugares, para onde ele mesmo devia ir.

Uma vez cumprida a missão, os discípulos se apresentam ao Mestre e cheios de alegria relatam o sucesso que tinham obtido a ponto de os demônios se submeterem a eles: “Senhor, até os demônios se submetem a nós, em virtude do vosso Nome”, (10,17).

 O Mestre participa da alegria de seus discípulos pelo sucesso da missão que lhes confiara e lhes fala de uma outra alegria infinitamente superior:  “alegrai-vos porque vossos nomes estão escritos no céu” (10,20).

Caríssimo Pe. João, esta alegria dos setenta e dois discípulos é também a alegria que hoje experimenta o senhor, depois de cinqüenta anos, desde o dia em que na Bélgica, sua querida pátria, o mesmo Jesus o escolheu e o fez seu sacerdote, confiando-lhe a sublime missão de ser na Igreja e no mundo a presença atuante de Cristo, sumo e eterno sacerdote.

Por disposição divina, o horizonte dessa missão se alarga, e o conduz por mares e caminhos nunca antes navegados ou caminhados, até a cidade que herdou do Apóstolo Paulo, o nome e o exuberante ardor missionário, a metrópole cosmopolita de São Paulo, no coração do Brasil.

Aqui, poucos anos depois de sua ordenação sacerdotal, com todo vigor de jovem sonhador, acalentando projetos desafiadores para seu insipiente ministério de padre e de missionário, em uma realidade nova e tão diferente da vivida até então, mas fortalecido pela força do evangelho, o senhor mergulhou de corpo e alma na missão de evangelizar: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a todas as criaturas. Aquele que crer e for batizado será salvo” (Mc16, 15s).

A preocupante falta de sacerdotes para atender principalmente a população da periferia desta cidade, cuja população que crescia significadamente, despertou em seu coração o espírito missionário que o levou a aceitar o divino  chamado e é paternalmente acolhido pelo então Arcebispo de São Paulo, Card. Agnelo Rossi.

Hoje, depois  de cinqüenta anos de padre, dos quais quarenta e sete dedicados com fidelidade e perseverança à ação evangelizadora da Igreja, entre nós, especificamente na Paróquia de Santo Antônio, de Vila Ré, o senhor se apresenta ao Divino Mestre, com a consciência tranqüila de ter cumprido a missão.

Ninguém melhor do que Ele, o primeiro e o mais importante evangelizador, para avaliar e partilhar consigo a felicidade pela riqueza das maravilhas que nesses longos e frutuosos realizadas senhor e através do senhor realizadas  no  rebanho, desta sofrida periferia leste de São Paulo.

Grande parte desses cinqüenta anos de sacerdócio, o senhor os viveu na Igreja do Brasil, primeiro na Arquidiocese de São Paulo e depois na Diocese de São Miguel Paulista.  O Brasil tornou-se sua segunda pátria, é simplesmente sua pátria, como o é a Belgica e nos orgulhamos com isto.

Pessoalmente quero de coração e com afeto fraterno agradecer-lhe a preciosa colaboração que tive de sua parte nos dezenove anos em que estive à frente da Diocese de São Miguel Paulista como seu primeiro Bispo Diocesano.

Como servo bom e fiel, a melhor parte desta sua alegria é o tesouro da missão cumprida, que jamais lhe será tirada: “juntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça e a ferrugem destroem nem os ladrões assaltam e roubam” (Mt 6, 19).

Termino com o ensinamento de Jesus no texto de Mateus em que dialoga com o jovem rico, que não teve a coragem de se desfazer de sua riqueza  para segui-Lo. (Mt 19, 16-30). 

Diante da recusa ao convite de Jesus: “Vai, vende tudo o que possuis e dá aos pobres e terás um tesouro no céu. Vem depois e segue-me”, (Mt 19, 21), motivado por possuir muitos bens, o encontro do  jovem rico, com o Mestre, tem um final melancólico com o triste afastamento do jovem e a dolorosa conclusão: “E Jesus disse a seus discípulos: Em verdade vos digo que dificilmente um rico entrará no Reino do céu”, (Mt 19, 23).

Diante desta atitude negativa do jovem rico, temos o questionamento de Pedro sobre a recompensa que terão aqueles que renunciarem a tudo para segui-Lo, de acordo com Seu convite: “Eis que nós abandonamos tudo e vos seguimos. Que haverá então para nós ?” (Mt 19, 27).

O questionamento de Pedro tem como resposta de Jesus: “E todo aquele que abandonar casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou esposa, ou filhos, terras, por causa de meu nome, receberá o cêntuplo e possuirá a vida eterna”, (Mt 19, 29).

Querido Pe. João, como é edificante conhecer suas renúncias feitas com alegria, em vista de sua missão de sacerdote e missionário e por isso nos alegramos ao vê-lo incluído entre os que receberão o cêntuplo  e a vida eterna.
Obrigado por nos enriquecer com seu edificante testemunho de vida. Parabéns pela fidelidade e perseverança de seu Jubileu de Ouro Sacerdotal  

Com Maria, a Mãe especialíssima dos sacerdotes, que lhe é hoje e sempre, Mãe, Auxiliadora e Mestra, nossos votos de muitos anos felizes de benéfico ministério.
Fraternalmente em Cristo,

  
                                                                   Dom Fernando Legal, SDB 
                                                                   Bispo Emérito de São Miguel Paulista,