quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Campanha da Fraternidade 2011

Campanha da da Fraternidade 2011

Tema: Fraternidade e a Vida no Planeta
Lema:“A Criação Geme em Dores de Parto” (Rom 8, 28).

Como para as Campanhas da Fraternidade anteriores, também para a de 2011, o Texto Base torna-se não só importante, mas até necessário, na veste de subsídio referencial oficial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para o êxito comunitário da mesma Campanha nossas Dioceses, Paróquias e Comunidades.

Dessa postura, depende, em grande parte o êxito da CF, sobretudo para as forças vivas de evangelização em nossas comunidades, particularmente para as Equipes da CF.

É tarefa fundamental dos Agentes da CF, em nossos Sub Regionais, Dioceses e Paróquias, acolher, assimilar, vivenciar, para comunicar com credibilidade o Texto Base.

O Texto Base, tem em cada Agente da CF um valioso multiplicador, garantindo a penetração da mesma não so em sua comunidade católica, mas ainda na sociedade em que esta inserida, como de fato tem positivamente acontecido em todos esses anos.

No Texto Base, o tema da Cf 2011 "Fraternidade e Vida no Planeta", é trabalhado segundo o método Ver, Julgar e Agir.

A compreensão do Texto Base, é facilitada, por três momentos interligados.

Num primeiro momento temos a busca do conhecimento da realidade em seus diversos niveis, modalidades e responsabilidades (VER).

Num seguno momento, essa realidade é iluminada pela luz da Palavra de Deus, que fornece criterios de avalação e de julgamento dessa realidade (JULGAR).

No terceiro momento, finalmente é concluido o processo, com gestos concretos, atraves de propostas que comprometam as pessoas e comunidades, tanto na Igreja, como na sociedade civil e no Poder Publico (AGIR).
O Texto da CF 2011, foi oficialmente lançado na Sede do Conselho Episcopal Sul 1, da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em São Paulo, no dia 26 de novembro passado, com a presença de entre outros, de Dom Nelson Westrupp, presidente do Regional, de Dom Airton José dos Santos, Secretário Geral, Em.mo Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, Dom Fernando Legal, Bispo Referência da CF, Pe. Nelson Rosselli Filho, Sub-Secretário Adjunto, Pe. Cicero Coordenador da CF e de uma representação qualificada de Agentes da CF e de lideranças de nossas comunidades.

O fato desse lançamento acontecer na Sede do Regional Sul 1 da CNBB, é sinal evidente do significado da Campanha da Fraternidade para a Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil em nosso Regional.

A Campanha da Fraternidade que acontece todos os anos por ocasião da Quaresma, é um momento forte de evangelização, em que na Igreja do Brasil é pastoralmente trabalhado em conjunto, um mesmo tema por todas as suas comunidades.

Em seu período de gestação, a Campanha da Fraternidade foi uma sementinha lançada em 1961 pela Cáritas Brasileira para arrecadar fundos em favor das atividades assistenciais e promocionais da entidade.

Esta atividade foi chamada pela primeira vez de Campanha da Fraternidade e realizada com apoio financeiro dos bispos norte-americanos, na Quaresma de 1962, em Natal, RN, com a adesão de outras três Diocese.

No ano seguinte, 1963 a Campanha da Fraternidade aconteceu em dezesseis Dioceses do Nordeste, dando origem ao embrião de um projeto anual dos Organismos Nacionais da CNBB e das Igrejas Particulares do Brasil à luz e na perspectiva das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja em nosso Pais.

Nesses inícios teve destacada atuação o Secretariado Nacional de Ação Social da CNBB, sob cuja dependência estava a Cáritas Brasileira, que tinha como presidente, o Dom Eugênio de Araújo Sales, Cardeal Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro, na época Administrador Apostólico de Natal.
Este projeto, foi lançado em nível nacional, no dia 26 de dezembro de 1963, sob o impulso renovador do espírito do Concilio Vaticano II e realizado pela primeira vez na Quaresma de 1964 com o Tema:”Lembre-se, você também é Igreja”.

Finalmente, em 1965 a CNBB assume a Campanha da Fraternidade e cria a estrutura básica da mesma. Estava consolidada a Campanha da Fraternidade na Igreja de Cristo no Brasil.

Em sua fase inicial, 1964 - 1972, a Campanha da Fraternidade busca a renovação interna da Igreja e a renovação do Cristão.

A partir de 1973 a Campanha da Fraternidade inicia uma nova fase, ao preocupar-se com a realidade social do povo brasileiro e suas situações existenciais, denunciando o pecado social e promovendo a justiça, com o Tema: “Fraternidade e Libertação - O egoísmo Escraviza, o Amor Liberta”.

Com esta nova fase, mesmo sendo a Campanha da Fraternidade, uma iniciativa pastoral da Igreja Católica, já em sua décima realização, ela se abre para outras denominações religiosas, para o poder público, para as mais diversas entidades e para a mesma sociedade civil como um todo.suscitando por parte delas, crescente interesse, sendo acolhida com simpatia, até mesmo para além da Comunidade Católica.

Entre tantas outras manifestações de apreço, lembro a Sessão Solene da Assembléia Legislativa de São Paulo, em Homenagem À Campanha da Fraternidade no Ano de 2009, que tratou do Tema: “Fraternidade e Segurança Publica “ com o Lema: “A Paz é Fruto da Justiça”.

Com esta caminhada histórica, a Campanha da Fraternidade tornou-se um marco referencial para a Ação Evangelizadora da Igreja Católica, a serviço do povo brasileiro, colaborando na promoção da fraternidade, da justiça e da paz.

Assumida pela CNBB, a Campanha da Fraternidade esta vinculada diretamente ao Secretariado Geral da mesma Conferência, que com aval do episcopado brasileiro, cada ano, cuida do seu planejamento, organização divulgação, elaboração e distribuição de subsídios organização em nível nacional, tendo como destaque o Texto Base.

“Fraternidade e a Vida no Planeta” é o tema da Campanha de 2011 que tem como Lema: “A Criação Geme em Dores de Parto” (Rom 8, 28), com o Texto Base, tendo um terço de páginas a menos em relação aos dos anos anteriores, que embora bastante enxuto, conserva a mesma metodologia tradicional do Ver - Julgar e Agir. A Campanha da Fraternidade, coincide com a Quaresma, que é por sua vez, a preparação para a celebração da Páscoa, a maior festa da Igreja Católica a ser privilegiada no tempo litúrgico, prioritariamente.

Sendo a Conversão, referência dinamizadora da Quaresma, através da oração, do jejum e da esmola, a Campanha da Fraternidade, precisamente enquanto proposta de Conversão à fraternidade evangélica nos oferece um ótimo auxilio e uma excelente oportunidade pratica para vivenciarmos essa mesma exigência requerida pela Quaresma.

Por esta razão, a Campanha da Fraternidade valoriza as celebrações quaresmais e os textos bíblicos próprios desse tempo litúrgico, tendo de próprio da Campanha, apenas a Oração e o Hino.

É bom ter presente que o tema da CF 2011 é bastante trabalhado seja pela Sagrada Escritura, como pelo Magistério da Igreja, em particular pelos últimos Papas e pela Teologia Pastoral, de Bento XVI, explicitamente relacionado com o tema desta Campanha e que pode enriquecer-lo com o sólido suporte da Doutrina Social da Igreja, em sua significativa expressão como a encíclica “Caritas in Veritate”, que trata precisamente do “Desenvolvimento Humano Integral na Caridade e na Verdade” e a Mensagem para a celebração do Dia Mundial da Paz, deste ano de 2010 com o tema: “Se queres cultivar a Paz, preserva a Criação”

"Desenvolvimento dos Povos, Direito e Deveres, Ambiente”é o conteúdo do Capítulo IV da citada encíclica, que desenvolve o que caracteriza de especifico este documento pontifício.

Outro pronunciamento do Santo Padre feito no inicio deste ano de 2010, e nesta mesma linha da encíclica citada, é a Mensagem para a celebração Dia Mundial da Paz, com o tema “Se queres cultivar a Paz, preserva a Criação”..

A convivência pacifica da humanidade é nessa mensagem de Bento XVI relacionada com o profundo significado e grande importância da Criação, como “O principio e o fundamento de todas as obras de Deus”, de que decorre o respeito que lhe é devido: afirmando ser sua preservação hoje essencial para a convivência pacifica da humanidade.

O Papa, insiste em alertar sobre o desleixo e abuso em relação à terra e os bens naturais coloca o desleixo e mesmo o abuso em relação à terra e aos bens naturais que Deus nos concedeu, tão preocupantes, como os numerosos perigos que ameaçam a paz e o autentico desenvolvimento humano integral: à desumanidade do homem para com o seu semelhante, guerra, conflitos internacionais e regionais, atos terroristas e violações dos direitos humanos.

E afirma que torna-se indispensável que a humanidade renove e reforce “Aquela aliança entre ser humano e o ambiente que deve ser espelho do amor criador de Deus, de quem provimos e para quem estamos a caminho”.

Já na encíclica “Caritas in Veritate”, Bento XVI no capitulo IV “Desenvolvimento dos Povos, Direitos e Deveres, Ambiente”, trata da problemática do Desenvolvimento Humano e do Ambiente: realçando que o desenvolvimento humano integral enquanto intimamente ligado com os deveres que nascem da relação do homem com o ambiente natural, considerado como dádiva de Deus para todos, traz em sua utilização a responsabilidade comum para com a humanidade inteira, especialmente para com os pobres e as gerações futuras.

E nos alerta do risco que corremos de atenuar na consciência a noção de responsabilidade, quanto a natureza e sobretudo quanto ao ser humano, considerados simplesmente como fruto do acaso ou do determinismo evolutivo

É ainda afirmado nessa encíclica que a Igreja, “perita em humanidade”, evitando intervir sobre soluções técnicas específicas, também em função de sua missão, tem a peito chamar vigorosamente a atenção para a relação existente entre o criador, o ser humano e a criação.

Também é muito bem lembrado por Bento XVI, que já há vinte anos, em 1990, João Paulo II em sua Mensagem do Dia Mundial da Paz, com o tema: “Paz com Deus criador, Paz com toda a criação” chamava a atenção para a relação que nós, enquanto criaturas de Deus, temos com o universo que nos circunda, no qual vivemos, com o qual nos relacionamos e do qual usufruímos E se referia à uma consciência crescente de que a paz mundial está ameaçada, também pela falta de respeito devido à natureza. Consciência esta, que não deve ser reprimida, mas antes favorecida, de maneira que se desenvolva e vá amadurecendo até encontrar expressão adequada em programas e iniciativas concretas.

Em 1990, João Paulo II falava de: “Crise Ecológica” realçando o caráter prevalentemente ético de que a mesma se revestia e indicando a urgente necessidade moral de uma nova solidariedade.

Hoje, diante da proliferação de manifestações dessa crise, seria uma grave irresponsabilidade, não levar a sério e ficar indiferente perante as problemáticas que derivam de fenômenos como as alterações climáticas, desertificação, o deterioramento e a perda de produtividade de vastas áreas agrícolas, a poluição dos rios e dos lençõis de água, a perda da biodiversidade, o aumento das calamidades naturais, o desflorestamento das áreas equatoriais, e tropicais. Como descuidar o fenômeno crescente de pessoas que por causa da degradação do ambiente em que vivem se vêem obrigadas a abandona-lo, deslocamento forçado.

Avaliar a crise ecológica prescindindo das questões relacionadas com ela, nomeadamente o próprio conceito de desenvolvimento e da visão do homem e das suas relações com seus semelhantes e com a criação. Por isso, é decisão sensata realizar uma revisão profunda e clarividente do modelo de desenvolvimento e também refletir sobre o sentido da economia e dos seus objetivos para corrigir as suas distorções e deturpações .

O estado de saúde ecológica da terra exige da humanidade uma profunda renovação cultural e moral redescobrindo aqueles valores que constituem o alicerce firme sobre o qual se pode construir um futuro melhor para todos.

Então é dever de todos exercer sobre o ambiente um governo responsável, tendo presente o que como lembra o Concilio Vaticano II: “Deus destinou a terra com tudo o que ela contem para uso de todos os homens e povos”.

A herança da criação pertence à humanidade inteira.

A Solidariedade Universal, quanto a uma gestão sustentável do ambiente e recursos da terra, é não só um fato e um beneficio para todos nós, mas também um dever, que não pode ficar a cargo das gerações futuras.

Igreja tem a sua parte de responsabilidade.em relação à ecologia, por existir na ecologia a ser formalmente tratado e por quem de direito, o aspecto teológico-pastoral.

A responsabilidade que a Igreja tem para com a criação ela também deve exercer em âmbito publico para defender a terra, a água e o ar, dádivas de Deus Criador a todos, protegendo o homem antes de tudo contra o perigo da destruição de smesmo.

Termino com votos de que o Texto Base CF 2011 aqui lançado nesta noite, seja por nós bem acolhido, estudado com interesse, frutuosamente assimilado e mais que tudo vivenciado por nós e ´por nossas comunidades, na próxima Quaresma.

Assim comprometidos, devidamente capacitados pelo Ver e pelo Julgar, nos empenhemos, como cidadãos e cristãos católicos, em garantir que de fato aconteça na Igreja e na Sociedade Brasileira o AGIR sugerido pelo tema Fraternidade e a Vida no Planeta e possivelmente ampliado e concretizado pela diversidade das realidades existentes na Igreja e na Sociedade.

O Texto da CF 2011 apresenta estas Propostas:

1. Resgatar o sentido profético do Domingo.
2. Conhecer seu consumo ecológico.
3. Gestos concretos para diminuir o consumo pessoa.
4. Relacionar a Cidade com o meio ambiente para preserva-.
5. Gestos concretos que preservem o ambiente nas comunidades Paróquias e Diocesanas.
6. Ações em nível mais amplo.
Posicionamento sobre a questões: - energética – desmatamento.- agronegócio.
7. Desenvolver políticas publicas preventivas de superação de situações de risco

Sem duvida, será uma feliz realidade o augúrio que João Paulo II fez à Igreja e a todos os Povos, á vinte anos, em sua Mensagem do Dia Mundial da Paz: “Paz com Deus Criador, Paz com toda a Criação" e Bento XVI retomou em sua mensagem este ano de 2011 "se quere cultiva aa Paz, preserva a Criação".
Dom Fernando Legal, SDB

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

LIÇÕES DE VIDA

UMA HISTORIA QUE NEM TODOS CONHECEM, MAS QUE NOS LEVAM A PENSAR.

LIÇÕES DE VIDA
AMIGOS PARA SEMPEM

Lições de Vida traduz no concreto do dia a dia de cada um de nós, uma grande verdade: Vivendo e Aprendendo.

A mesma natureza nos é Mestra nesta diuturna aprendizagem.

A natureza como um todo esta em continuo movimento de “de vir”, de crescimento na busca da plenitude do ser e do agir, marcado por um antes e um depois, por uma vida que morre para que novas vidas possam nascer, de um nascer que ao morrer se multiplica.

Entre infindos exemplos, tomemos o exemplo clássico na semeadura, em que a semente morre, passando no interior da terra, por um processo de gestação, por vezes bastante longo, exigente, trabalhoso e até estressante, que ao morrer se multiplique: “Em verdade, em verdade vos digo; Se o grão de trigo, que cai na terra, não morrer, fica só. Se, porém, morrer, produz muito fruto” (Jo 12, 24). É precisamente o que acontece com a semente da laranja, que não sendo laranja, tem em si tudo para ser laranja, uma vez plantada e cultivada.

Do plantio até a colheita, quanta coisa acontece a partir da escolha da semente e do terreno, das exigências próprias para cada tipo de semeadura, da chuva, do clima, do cuidado qualificado do agricultor, até que chegue a colheita e tenhamos a laranja.

A natureza não faz salto, não queima etapas, nada se colhe do dia para noite.

A pessoa humana adulta, é fruto de uma semeadura, em que sua potencialidade, contida no embrião, pelo processo de gestação, desabrocha e amadurece.

Já no útero materno, deste o inicio de nossa existência possuímos potencialmente os componentes essenciais do que seremos, herança genética herdada de nossos antepassados e enriquecida com infinito amor por Deus que nos criou à sua imagem e semelhança, (Gn ).

A qualidade desta gestação, a inserção social adequada, na família e na sociedade, trabalhada pela educação integral, assumidas conscientemente, garantem a identidade personalizada da cada pessoa humana, tornando-a madura, capaz de gerenciar a mesma natureza.

Assim, não seremos meras vitimas passivas de um destino irracional, determinista e inexorável.

Vivendo e Aprendendo, nos enriquecemos reciprocamente enriquecendo também nossas comunidades, tornando a vida bela, fraterna e solidaria, mais humana e mais cristã.

Como as palavras apenas movem, mas são os exemplos que atraem, a seguir ilustro quanto acima escrevi, com um fato, que é uma bela lição de vida, que poderíamos chamar: Da Rivalidade a uma grande Amizade.

O fato ocorreu em Madrí, na Espanha e teve como protagonistas dois grandes e famosos cantores – Plácido Domingo e José Carrera.

Plácido Domingo era madrileno e José Carrera catalão e apresentavam-se juntos para cantar em espetáculos, como bons amigos.

Mas é notória a rivalidade entre matrilenos e catalães, que lutam pela sua autonomia de Madri.

Por questões políticas, os dois tornaram-se inimigos desde 1984, ao ponto de quando solicitados para cantar, em determinados espetáculos, exigiam que constasse nos contratos clausulas que garantissem não atuarem juntos, portanto que o adversário não fosse convidado.

Em 1987, José Carrera se mostrava muito mais implacável que sei rival Plácido Domingo.

Foi quando em um diagnostico médico, José Carrera foi surpreendido por uma terrível leucemia.

Sua luta contra o câncer foi muito difícil, tendo se submetido a diversos procedimentos médicos, inclusive um transplante de medula óssea. Além da hemodiálise que o obrigava a viajar mensalmente aos Estados Unidos.

Nessa situação deixou de trabalhar e apesar de ser dono de uma fortuna razoável, os elevadíssimos custos das viagens e dos tratamentos, consumiram seu patrimônio.

Quando não tinha mais condições financeiras para tratar a doença, conheceu a existência de uma Fundação, em Madrid, cuja finalidade era precisamente apoiar o tratamento de doentes com leucemia.

Graças ao apoio dessa Fundação “Formosa”, José Carrera venceu a doença e voltou a cantar, recebendo os altos cachês que seus espetáculos mereciam.

Então resolveu associar-se à Fundação “Formosa”.

Ao ler os Estatutos dessa Fundação, descobriu que 0 fundador, maior colaborador e Presidente, era Plácido Domingo.

Muito depressa soube Carrera, que Plácido tinha criado essa Fundação para ajudá-lo e que tinha se mantido no anonimato para que ele não se sentisse humilhado ao aceitar o auxilio de seu “inimigo”.

Por ocasião de um encontro comovente dos dois, durante um concerto de Plácido Domingo em Madrid, José Carrera, da platéia interrompe o espetáculo, sobe no palco e humildemente se ajoelha aos pés, de seu inimigo e benfeitor, pede desculpas e agradece publicamente.

Plácido o ajuda a levantar-se e um forte abraço sela o inicio de uma grande e bela amizade entre os dois celebres cantores.

Interrogado por um jornalista sobre o porque se dispoz a ajudar um seu concorrente rival, Pacido Domingo responde: porque “UMA VOZ COMO AQUELA NÃO PODIA PERDER-SE”.

Resposta lapidar, com sabedoria rica de valores humanos e diria também cristãos, que apesar de divergências e interesses egoístas, é capaz de separar as coisas e de reconhecer com honestidade e justiça a competência até de um concorrente inimigo.

Ai esta meu amigo uma “LIÇÃO DE VIDA”

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A transfiguração do Senhor

O texto da Transfiguração do Senhor no monte Tabor encontra-se nos sinóticos (Mt 17,1-13), (Mc 9, 2-13) e (Lc 9, 28-36) e é celebrada pela Igreja na liturgia do dia 06 de agosto.

Em seguida à profissão de fé de Pedro: "...Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo", (MT 16, 16), Jesus Cristo faz o primeiro anuncio de sua paixão:

"...O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos escribas, ser morto e depois de três dias ressuscitar" (Mc 8, 31).

A Paixão, com a morte e a ressurreição e ascensão do Senhor, está no ápice da Ação Salvífica de Jesus Cristo, e se identifica com a vontade do Pai, fazendo-O obediente até a morte e morte de cruz:


"...Meu Pai, se é possivel, permití que passe de mim esse cálice; faça-se contudo, não como eu quero, mas como vós quereis" (Mt 26, 39).

Escandalizado e disiludido com este anúncio, Pedro tenta afastá-Lo dessa vontade do Pai, e Jesus, o rejeita drasticamente: "...Retira-te de mim satanás, tu me serves de escândalo, poque julgas de acordo com os homens e não de acordo com Deus" (Mt 16, 23).

A Ação Salvífica de Jesus Cristo, se caracteriza por ser Universal, tendo por destinatária toda a Humanidade, envolvendo a pessoa humana, sem qualquer discriminação e portanto, aceita por Deus: "Em qualquer nação, lhe é agradavel aquele que O teme e pratica a justiça" (At 10, 35)

Sendo universal, a Obra Salvadora de Jesus Cristo acontece numa dimensão essencialmente comunitária, como ensina o Concílio Vaticano II, porém sem ignorar que a pessoa humana, mesmo na comunidade, conserva sua individualidade e identidade:

"Aprouve contudo a Deus santificar e salvar os homens não singularmente, sem nenhuma conexão uns com os outros, mas constitui-los num povo, que o conhecesse na verdade e santamente O servisse" (LG no.8).

O Novo Testamento documenta exaustivamente a universalidade da Ação Salvífica de Jesus Cristo, que mesmo quando personalizada, sempre tem como referencial a Comunidade, como encontramos em 1Cor, 12, quando São Paulo se refere à diversidade pluralista dos dons e carismas dos diferentes membros do Corpo, tendo presente a complementariedade existente entre eles na composiçao do mesmo Corpo de Cristo, onde:

"Do mesmo modo que o corpo é um só e tem muitos membros e que todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo. Todos fomos batizados em um só Espirito para formar um só Corpo, sejamos judeus ou gregos, escravos ou livres...Vos sois Corpo de Cristo e cada um por sua parte, sois membros dEle" (1Cor 12,12s.27).

Nesta perspectiva, o relacionamento de Cristo Salvador, com a humanidade se dá em diversos níveis, seja individualmente, seja em pequenos grupos, seja ainda em multidões.

Seguindo esta lógica, os evangelhos apresentam o relacionamento de Jesus, partindo da comunhão dEle com as multidões, depois com o grupo dos discipulos, chegando ao grupo dos doze, aos quais chama de Apóstolos, donde em certas ocasiões particulares, escolhe três; Pedro, Tiago e João, sem excluir contatos com outras pessoas singularmente.

"Retirou-se Jesus naqueles dias à montanha para rezar e passou toda a noite em oração a Deus. Quando raiou o dia, chamou seus discípulos. Dentre eles escolheu Doze, aos quais deu o nome de Apóstolos...Desceu com eles e parou em um lugar plano, juntamente com o numeroso grupo de seus discípulos e a grande multidão de povo..." (Lc 6, 12-17).

Portanto, do grupo dos doze apóstolos Jesus escolhe três, Pedro, Tiago e João como testemunhas da Transfiguração: "...toma Jesus consigo, à parte, somente Pedro, Tiago e João e os conduz a um alto monte" (Mc 9, 2).

Esse mesmo grupo dos três apóstolos, em outra situação, bem diferente da Transfiguração, foi escolhido pelo Senhor para ser-Lhe de conforto no momento mais dramático de sua paixão, no jardim das Oliveiras, Jesus:

"Toma consigo Pedro, Tiago e João e começa a encher-se de temor e angustia. E lhes diz: Minha alma esta oprimida de tristeza mortal. Ficai aqui e velai.


Nessa ocasião, depois de infindos gestos de um amor sem limites e gratuito, oferecidos generosamente pelo Divino Mestre, nas duas vezes em que Jesus buscou neles o conforto de um amigo, os encontrou dormindo. Não foram capazes de partilhar com o Mestre, sua solidão, seu sofrimento, que chegou ao suor de sangue.

Pelo contrário, no Tabor, perante o esplendor de Jesus Cristo transfigurado, Pedro no auge da felicidade, atônito aspira pela perenidade dessa visão arrebatadora:

"...Mestre é bom estarmos aqui. Façamos três tendas; uma para Vós, outra para Moises e outra para Elias" (Mc 9, 5)

Nessas duas situações, temos duas manifestações diferentes por parte dos três apóstolos, uma no Tabor, outra no Getsêmani. Em uma, Jesus Cristo deixa transparecer algo de sua divindade e em outra sua humanidade, duas realidades reveladas no misterio da Encarnação:


"Disse-lhe o anjo; Não tenhas receio, Maria, pois achaste graça diante de Deus. Conceberas e daras a luz um filho e lhe poras o nome de Jesus...O Espirito Santo descera sôbre ti e a virtude do Altissimo te cobrira com sua sombra. É por isso que o Santo, que vai nascer, sera chamado Filho de Deus", (Lc 1, 30s . 35).

Na Transfiguração, é o mesmo Jesus do Getsêmani, em sua realidade humana trasfigurada pela sua divindade:



"...seu rosto tornou-se resplendente como o sol e suas vestes fizeram-se brilhantes como a luz" (Mt 17, 2),

A Transfiguração do Tabor deveria servir para encorajar os apóstolos a fim de não se deixarem abater pelas provações que viriam em breve com a paixão e crucifixão de seu Mestre.

No Getsêmani, é o mesmo Jesus da Transfiguração em sua realidade humana, marcada pelo sofrimento do suor de sangue, buscando lenitivo mas sendo abandonado pelos apóstoloso até mesmo pelo três que escolhera para conforta-Lo nesse momento; Pedro, Tiago e João:

"E lhes diz; minha alma esta oprimida de tristeza mortal . Ficai aqui e velai" (Mc 14, 34).

"Voltando para junto dos seus discípuos, encontrou-os dormindo e disse a Pedro, Assim não pudestes velar comigo nem uma hora e encontra os discioulos dormindo. Diz a Pedro,não pudeste velar nem uma hora?" (MT 26, 40).

Nossa reflexão sobre a Transfiguração (Tabor), caminhou na direção da Paixão (Getsêmani), colocando-nos diante de uma complexa questão existencial que nos questiona conforme a
V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe: "Como relacionar caminhos alegres, luminosos, com caminhos dolorosos e gloriosos". (Cfr DA 280b).
São Paulo, responde a este questionamento, consagrando à virtude teologal da Caridade todo o capítulo treze da primeira carta aos Corintios, em que exalta a sublime grandeza do Amor, evidenciando que:

a. em tudo o que fazemos ou possamos fazer, sem o Amor, não passo de um bronze que soa, (1Cor 13, 1) nada sou, (1Cor, 13, 2) isso nada me aproveita, (1Cor 13, 3).

b. O Amor é perpétuo em relação às demais virtudes e mesmo à Fé e à Esperança,
(1Cor 13, 3-10.12s).

c. As benemerências do Amor, (1Cor 13, 4-7).

Encontramos então no Amor todo o potencial que necessitamos para realizar a perfeita síntese entre a Transfiguração (Tabor) e a Paixão (Getesêmani).

Concluindo: Na Transfiguração

01. Ele nos prepara, como aos apóstolos, para a paixão que nos aguarda.

02. Ele nos escolhe para a missão, mesmo conhecendo nossa fraqueza, nossa fragilidade, nossa infidelidade.

03. Ele nos nos torna humildes, libertando-nos da presunção vaidosa que nos leva a super valorizar nossas forças, prescindindo de Deus.

04. Ele nos propõe a oração e a vigilância para não cairmos em tentação

05. Ele nos mostra como realizar no AMOR, a síntese entre a Transfiguração (Tabor) e a Paixão (Getsêmani).

Maria, Mãe do Jesus do Tabor e do Getêsemani, nos incentive e ajude na adesão ao caminho da vida e do serviço proposto por Cristo, permitindo aos cristãos aderir "aos caminhos alegres, luminosos, dolorosos e gloriosos de seu Mestre e Senhor" (DA 280b).

Dom Fernando Legal, SDB


Bispo Emérito de São Miguel Paulista

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

DIA DO PADRE



O dia 04 de agosto é o Dia do Padre, celebrado na festa de São João Maria Vianney, patrono dos Padres, particularmente dos Párocos.

O Cura d'Ars, de fato, é um perene modelo e incentivo para todo e qualquer Padre, sejam quais forem seus limites humanos, como também sejam quais forem suas qualidades, seus carismas e seus dons.

Este dia do Padre, de 2010, é o primeiro que acontece depois de solenemente encerrado em Roma, o Ano Sacerdotal, com a presidência do Santo Padre Bento XVI, em que como é notado em sua homilia, nos deixamos guiar pelo Cura d'Ars, por ocasião dos 150 anos de sua morte, voltando a compreender a grandeza e a beleza do ministério sacerdotal.

E o Papa nos lembra que:


"O sacerdote não é simplesmente o detentor de um ofício, como aqueles de que toda sociedade tem necessidade para nela se realizarem certas funções. É que o sacerdote faz algo que nenhum ser humano, por si mesmo pode fazer


1. Pronuncia em nome de Cristo a palavra da absolvição dos nossos pecados e assim, a partir de Deus, muda a situação da nossa vida.


2. Pronuncia sôbre as ofertas do pão e do vinho as palavras de agradecimento de Cristo, que são palavras de transubstanciação - palavras que O tornam presente a Ele mesmo, o Ressuscitado, o seu Corpo e o seu sangue ".

Por isso conclui o Papa, o sacerdócio não é simplesmente "ofício", mas sacramento.

Portanto, meu querido irmão Padre, temos razão mais que suficiente para louvar a Cristo Sacerdote pelo dom do seu sacerdócio, concedido ao senhor, mas em nosso favor, "todo pontífice... é constituido em favor dos homens..." (Hbr 5,1).

Nada mais justo do que reconhecer e agradecer seu sim de entrega radical para no que se refere a Deus, "... todo pontífice é constituido em favor dos homens, em suas relações com Deus..." (Hbr 5,1) estar ao nosso serviço, na Igreja e na Sociedade. E isto num momento dificil diante dos ataques que sofrem indiscriminadamen os Padres e que injustamente a Igreja esta recebendo.

O seu sacerdócio, nos coloca diante de algo impensavel: Jesus Cristo, o Bom Pastor, sumo e eterno Sacerdote, no cuidado de suas ovelhas, serve-se do Padre, um pobre homem, a fim de através dele estar presente para os homens e agir em seu favor.

O Papa chama isso de AUDÁCIA DE DEUS, uma vez que confia a seres humanos; que apesar de conhecer nossas fraquezas, considera os homens capazes de agir e estar presentes em seu nome.

É nessa AUDÁCIA DE DEUS, que Bento XVI ve o que de verdadeiramente grande se esconde na palavra "SACERDÓCIO".

Com isto o Papa quer despertar em nós a alegria por termos Deus assim tão perto e a gratidão pelo fato de ELE confiar em nossa fraqueza, nos conduzir e nos sustentar dia após dia.

O Dia do PADRE, no mês vocacional é para cada um e para todos, pessoa e comunidade, uma renovada tomada de consciência quando a grave, urgente e intransferivel responsabilidade de promover e cultivar as vocaçãos sacerdotais, para que a Igreja possa contar com muitas e santas vocações.


Nossa omissão, nossa falta de interesse e até nosso certo descredito e mais que isso nossa falta de fé e de compromisso com a pastoral vocacional, prejudica seriamente o crescimento e a consolidação do Reino de Deus, comprometendo a mesma Ação Evangelizadora da Igreja de Cristo.

Termino com as palavras do Papa ao saudar os Padres de lingua portuguesa presentes na monumental concelebração conclusiva do Ano Sacerdptal e na pessoa deles, a todos nós Sacerdotes de Cristo em sua Santa Igreja e no munso:

Meu querido irmão Padre, nessas palavras do Vigário de Cristo e Sucessor do apostólo Pedro sinta-nos bem presentes e comprometidos com sua vida e missão. Com a graça de Deus e o auxilio da Mãe Auxiliadora, queremos que o senhor possa sempre contar conosco.

Maria, Mãe especialissima dos sacerdotes, Estrela da Evangelização, grande mulher de fé e de amor, se tornou ao longo do séculos, fonte de fé, amor e vida, acolha nossos Pdres em seu materno coração

"Queridos sacerdotes dos paises de lingua oficial portuguesa, dou graças a Deus peloque sois e pelo que fazeis, recordando a todos que nada jamais substituirá o ministerio dos sacerdotes na vida da Igreja. A exemplo e sob o potrocínio do Santo Cura d'Ars, perseverai na amizade deDeus e deixai que as vossas mãos e os vossos lábios continuem a ser as mãos e os lábios de Cristo, Redentor da humanidade".

Dom Fernando Legal, SDB

Bispo Emérito de São Miguel Paulista.

domingo, 25 de julho de 2010

VOTAR BEM


Os Bispos Católicos do Regional Sul l, da CNBB (Estado de São Paulo), no cumprimento de sua missão pastoral, oferecem as seguintes orientações aos seus fiéis para a participação consciente e responsavel no processo politico-eleitoral deste ano.

1. O poder político emana do povo.

Votar é um exercício importante de cidadania; por isso, não deixe de participar das eleições e de exercer bem esse poder. Lembre-se de que seu voto contribui para definir a vida política do País e do nosso Estado.

2. O exercicio do poder é um serviço ao povo.

Verifique se os candidatos estão comprometidos com as grandes questões que requerem ações decididas dos governantes e legisladores: a superação da pobreza, a promoção da econimia voltada para a criação de postos de trabalho e melhor distribuição de renda, educação de qualidade paratodos, saúde, moradia, saneamento básico, respeito à vida e defesa do meio ambiente.

3. Governar é promover o bem comum.

Veja se os candidatos e seus partidos estão comprometidos com a justiça e a solidariedade social, a segurança publica, a superação da violência, a justiça no campo, a dignidade da pessoa, os direitos humanos, a cultura da paz e o respeito pleno pela vida humana, desde a concepção até a morte natural. São valores fundamentais irrenunciáveis para o convivío social. Isso também supõe o reconhecimento à legítima posse de bens e à dimensão social da socedade.

4. O bom governante, governa para todos.

Observe se os candidatos representam apenas o interesse de um grupo específico ou se pretendem promover políticas que beneficiem a sociedade como um todo, levando em conta, especificamente, as camadas sociais mais frágeis e necessitadas da atenção do Poder público.

5. O homem público deve ter idoneidade moral.

Dê seu voto apenas a candidatos com "ficha limpa", dignos de confiança, capazes de governar com prudência e eqüidade e de fazer leis boas e justas para o convívio social.

6. Voto não é mercadoria.

Fique atento à pratica da corrupção toral, ao abuso do poder econômica, à compra de votos e ao uswo idevido da máquina administratic na campanha eleitoral. Fatos como esses devem ser denunciados imediatamente, com testemunhas, às autoridades competentes. Questione também se os candidatos estão dispostos a administrar ou legislar de forma transparente, aceitando mecanismos de controle por parte da sociedade. Candidatos com um historicos de corrupção ou má gestão dos recursos publicos não devem receber nosso apoio nas eleições.

7. Voto consciente não é troca de favores, mas uma escolha livre.

Procure conhecer os candidatos, sua historia pessoal, suas ideias e as ropostas defendidas por eles e os patidos aos quais estão filiados. Vote em Candidatos que representem e defenda, depois de eleitos, as convicções que você também defende.

8. A religião pertence à identidade de um povo.

Vote em Candidatos que respeitem a liberdade de consciência, as convicções religiosas dos cidadãos, seus símbolos religiosos e a livre manifestação de sua fé.

9. A Família é um patrimônio da humanidade e um bem insubstituivel para a pessoa.

Ajude a promover, com seu voto, a proteção da família contra todas as ameaças à sua missão e identidade natural. A sociedade que descuida da família, destrói as próprias bases.

10. Votar é importante, mas ainda não é tudo.

Acompanhe, depois das eleições, as ações e decisões politicas e administrativas dos governantes e parlamentares, para cobrar deles a coerência para com as promessas de campanha e apoiar as decisões acertadas.


Aparecida, 29 de junho de 2010.

Dom Nelson Westrupp, scj

Presidente do Conser

Dom Benedito Beni dos Santos Dom Airton José dos Santos
Vice-Presidente Secretário-Geral

segunda-feira, 19 de julho de 2010

SEJAM ORGULHOSOS POR SEREM CATÓLICOS

Sam Miller, é um eminente homem de negocios, hebreu de Cleveland, Estados Unidos, portanto não é católico, que ficou bastante incomodado pela campanha hostil de jornais em relação à Igreja Católica, por ele reconhecida, como uma das mais importantes Instituições que hoje existem e atuam nos Estados Unidos.

Com a lucidez de quem cultiva honestamente a verdade, com total isenção de ânimo e respeitando os direitos individuais e de Instituições, Sam Miller indaga o porque dessa campanha de agressiva hostilidade para com a Igreja Catolica.

Sua ponderação objetiva, serena, sem discriminação, feita por alguem que não é católico, muito nos emociona e nos ajuda a superar atitudes de dúvidas que por ventura tenhamos em relação à nossa Igreja Católica que Cristo construiu sobre a rocha que é Pedro: "E eu te digo que tu és Pedro, e sôbre esta pedra, edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela", (Mt 16,18) e também nos ajuda, pela fidelidade ao nosso compromisso de batizados, a crescer no amor por essa Mãe e Mestra, que se identifica com o próprio Cristo Ressuscitado, hoje vivo, presente e atuando nesta mesma Igreja:

"É Ele (Cristo) a cabeça de seu Corpo, isto é, da Igreja..." (Col 1,18)

Pela tentativa de recuperar a verdade fazendo justiça aos injustamente lesados, citamos a seguir alguns tópicos da ação social da Igreja nos Estados Unidos, elencados no artigo em pauta.


1. A presença da Igreja Católica na educação nos Estados Unidos.

A Igreja Católica, atende diariamente em suas instituições de ensino dois milhões e seiscentos mil alunos, às suas custas, ou sejam dez milhões de dolares.

Para os que continuam os estudos superiores, 92% dos gastos são coberts pela Igreja Católica.

São setecentos mil alunos os efetivos nas duzentos e trinta escolas superiores e Universidades nos Estados Unidos.


2. A Contribuição econômica da Igreja Católica para o Estado.

A Igreja Catolica contribui com dezoito milhões de dolares a favor do contribuinte americano.


3. Presença da Igeja Católica na área da saúde


Hoje, em todo os Estados Unidos, a Igreja Catolica possui um sistema hospitalar não lucrativo, de seiscentos e trinta e sete hospitais que atendem de uma a cinco pessoas dentre os cidadãos americanos, não só catolicos mas de todas as crenças religiosas.

Feitas essas consirações, o autor se refere ao foco da hostilidade depredatória dos meios de comunicação social dos Estados Unidos em confrontos com a Igreja Católica, ou seja, a denuncia da pedofilia na Igreja Católica.

Sam Miller, recomenda a nós católicos, o conhecimento, de alguns dados estatisticos, que devemos ter sempre presentes e cita a titulo de exemplo quanto segue,

12% de trezentos membros consultados do clero protestante, admitiram ter tido relações sexuais com um seus paroquianos

38% admitiram ter tido contatos sexuais proibidos realizados por membros da Igreja Metodista Unida, em algum dos escritorios.

41,8% do clero feminino admitiram ter tido comportamentos sexuais proibidos.

17% de senhoras leigas foram molestadas sexualmente.

Apoiado nesses dados, Sam Millero concluiu que a pedofilia não é um problema dos catolicos, mas que tem uma abrangência muito mais ampla.


De fato, um estudo sobre os Padres americanos mostrou que a maioria deles é feliz no seu sacerdócio e acham excelente o que eles tinham previsto. A maior parte deste, se lhes dessem a liberdade de escolha, escolheriam ser ainda Padres, NÃO OBSTANTE OS ATAQUES QUE SOFREM E QUE A IGREJA ESTA HOJE RECEBENDO.

A Igreja Católica sangra ainda com as chagas que se auto infligiu
A agonia que os católicos experimentaram e sofreram, não é necesariamente culpa da Igreja. Vocês foram feridos por um pequeno número de padres desorientados que foram totalmente punidos em nosos dias.


Dirigindo-se aos Católicos, Sam Miler termina seu artigo com chave de ouro: "Sejam orgulhosos de falar da sua fé com orgulho e respeito e descubra aquilo que a vossa Igreja Catolica faz por todos os outros credos.

Sejam orgulhosos por serem Católicos.


(Cfr Sam Miler, em Antonino Salvatore Scopelliti: padrescopelliti@hotmail.it).

Dom Fernando Legal, SDB
Bispo Emérito de São Miguel Paulista

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Informativo - Conclusão do Ano Sacerdotal

10 de junho de 2010: Vigília de Oração com os Sacerdotes
11 de junho de 2010: Santa Missa para a Conclusão do Ano Sacerdotal
Meus queridos e sempre lembrados Irmãos Sacerdotes das 3 Dioceses que me tiveram como Bispo: ITAPEVA -LIMEIRA E SÃO MIGUEL PAULISTA, principalmente os que tive a alegria de Ordená-los. A todos guardo com imenso carinho no mais íntimo de meu coração.
Como esquece-los, se ao torna-los, participantes do mesmo Sacerdocio de Cristo, de certa forma tornei-me Pai no Sacerdócio de cada um de Vocês?
Demais Padres dessas queridas Dioceses, que comigo constituiam o Presbiterios Diocesano, primeiros colaboradores da Ordem Episcopal, a quem em Comunhão com o Bispo, foi confiada a porçao de Rebnho de Cristo, que eram os respctivos Diocesanos, o mesmo afeto fraterno e agradecido.
Na festa do Sagrado Coração de Jesus, quando se encerra em Roma o "Ano Sacerdotal" com a presença do Santo Padre Bento XVI, e a participação de nove mil Padres do Mundo inteiro.
Sinto então um forte apelo de cumprimentá-lo, querido Padre, e o faço com imensa alegria e gratidão pelo que o senhor É e faz na Igreja e no Mundo. Com seu SIM generoso e por vezes heróico ao chamado do Senhor da Messe.
Deus lhe pague.
Precisamos do senhor. Contamos muito com o senhor. O mesmo Cristo precisa do senhor.
Maria Auxiliadora lhe seja sempre Mãe e Mestra.
Dom Fernando Legal SDB
Bispo Emérito de São Miguel Paulista

Irmã Dulce – O Anjo Bom do Brasil


Última exposição das relíquias de Irmã Dulce

As relíquias de Irmã Dulce foram expostas pela última vez à visitação da população e dos fiéis nos dias 8 e 9 de junho. A exumação e transferência (transladação) de suas relíquias para a capela definitiva, localizada na Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, será o último ato antes da proclamação solene de Irmã Dulce como Bem-aventurada (Beata) pelo Papa Bento XVI. O anúncio oficial pelo cardeal D. Geraldo Majella Agnelo deve ocorrer até o final do ano.

No dia 9, às 10h, o arcebispo D. Geraldo celebrou uma missa solene. Logo após a celebração eucarística, D. Geraldo selou as relíquias que foram transferidas para a nova capela.



quarta-feira, 9 de junho de 2010

Beato Jose De Anchieta

Festa do Beato José de Anchieta, Apóstolo do Brasil

Celebramos hoje, a festa do Beato José de Anchieta, Apóstolo do Brasil, o grande missionário jesuita, nascido em Tenerife, nas ilhas Canárias, no ano de 1534. Tendo entrado na Companhia de Jesus, foi enviado às missões do Brasil, aqui permaneceu até o fim de seus dias, onde veio a falecer no dia 09 de junho de 1597, com a idade de 63 ano.

José de Anchieta foi beatificado pelo Servo de Deus, Papa João Paulo II em 1980, quando esteve em São Paulo, por ocasião de sua primeira visita ao Brasil.

O dia 25 de janeiro de 1554, festa da Conversão do Apóstolo São Paulo, data da fundação de nossa querida cidade de São Paulo, está historicamente e de modo indelevel ligado ao Beato Anchieta, como seu Fundador.

Uma vez ordenado sacerdote, Beato Anchieta dedicou-se heroicamente à evangelização em terras brasileiras, especialmente entre os povos indígenas.

Na evangelização dos povos indigenas, tornou-se disponivel e solidário buscando de certa forma inculturar o evangelho, como vemos no fato de ter escrito antes mesmo do catecismo, uma gramática na lingua dos indios, para que pudessem eles ler e entender a palavra escrita e assim ter acesso direto à mensagem contida no texto sagrado.

Capa do livro Arte da Gramática da Lingua, escrito por José de Anchieta.

Foi assim, em sua própria língua, que o conteúdo da Palavra de Deus escrita chegou aos catequizandos, facilitando a incarnação da Boa Nova de Jesus Cristo na realidade deles.

Como São Paulo, o Apóstolo dos Gentios, por excelência, também o Beato Anchieta mostrava com simplicidade o relacionamento positivo entre fé e cultura, inserindo no ideário indígina, os valores da fé católica:
"Com os judeus, comportei-me como judeu, afim de ganhar os judeus...Com aqueles que vivem sem a Lei, comportei-me como se vivesse sem a Lei - embora eu não viva sem a Lei de Deus, pois estou sob a Lei de Cristo - para ganhar aqueles que vivem sem a Lei, com os fracos, tornei-me fraco, a fim de ganhar os fracos. Tornei-me tudo para todos, a fim de salvar alguns a qualquer custo. Tudo isso eu o faço por causa do Evangelho, para tornar-me participante dele"
(1Cor 9,20-23).

O contato diuturno e direto com os Povos Indígenas, seu empenho em conhecer a vida e costumes deles, sua dedicação na defesa da cultura e dos direitos deles, fez com que paulatinamente o Beato Anchieta fosse adquirindo condições, de sem comprometer a identidade da fé cristã, se abrisse e assumir com tranqüilidade os autênticos valores naturais existentes abordando-os à luz da fé.

Como ensina João Paulo II na encíclica "Fides et Ratio" (Fé e Razão), nada melhor para uma autêntica evangelização, do que essa abordagem objetiva da pessoa e da sociedade no contexto da realidade na qual está inserida, método perspicalmente aplicado pelo Beato Anchieta em sua ação missionária levada a cabo nos primórdio da implantação da fé cristã católica entre nós.

Na coletânia "Cartas dos primeiros jesuitas no Brasil, vol. 3, (1558-1563), Serafim da Silva Leite, encontramos uma carta do B. Anchieta de primeiro de junho de 1560, dirigida ao Prepósito-Geral dos Jesuitas, Pe. Diego Láyñez, onde ele relata as dificuldades de todo tipo e canceira, superadas pelos "que têm por fim somente a honra de Deus e a salvação das almas pelas quais não duvidarão de dar a vida".

Ainda nessa carta, diante da diversidade pluralista existente entre pessoas e grupos de culturas diferentes, o Beato Anchieta se refere à INCONSTÃNCIA DOS VIVOS como o grande desafio que encontra no seu trabalho e apresenta os bons resultados obtidos com a pastoral dos sacramentos, especificamente do sacramento da confissão, e a pastoral dos enfermos e exéquias.

Tais dificuldades persistem ainda hoje, com outra roupagem, sem dúvida, porém com mais exigência de laboriosidade mais qualificada por parte dos agentes de pastoral em todos os níveis.

Trata-se de uma Nova Evangelização. Nova não em seu conteudo constitutivo, mas em novos metodos, em novas expressões e sobretudo com renovado ardor missionário.

A 5a. Conferência do Episcopado Latino Americano e Carimbenho, realizada em Aparecida caminha nesse sentido, convocando a Igreja na America Latina e Caribe a Missão Conbtinental, onde cada batizado num processo de conversão se torna Discipulo Missionário de Cristo.

O ensinamento, o exemplo, a ajuda e a intercessão do Beato José de Anchieta sejam de estímulo à Igreja no Brasil, para que seja cada vez mais evangelizada para poder melhor evangelizar.


Maria, estrela da Evangelização rogai por nós.

Dom Fernando Legal, SDB

Bispo Emerito de São Miguel Paulista.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

São José Operário

Festa litúrgica de São José Operário - 1o. de maio de 2010

Ao celebrar o mistério de Cristo, o Ano Litúrgico necessariamente envolve personagens que fizeram parte do mesmodo. Entre elas emerge a figura de São José, esposo de Maria, a Mãe de Jesus e chefe da Sagrada Família.

Este fato coloca São José entre os santos mais significativos do santoral católico, muito presente na devoção popular e faz com que ele seja celebrado especificamente no Calendário Litúrgico com dois dias, 19 de março e 1o. de maio.

No dia 1o. de maio, Dia Mundial do Trabalho, São José, sendo carpinteiro é lembrado pela Igreja como Operário e como tal é dado aos trabalhadores como seu Patrono.

O trabalho é uma dimensão caraterística da pessoa de São José, compondo-se harmoniosamente com as demais virtudes e prerrogativas que enriquecem sua singular pessoa de servo fiel e prudente, chanado de varão justo.

Ao celebrar São José Operario, a pessoa do trabalhador é com justiça devidamente valorizada e com ela o é também o trabalho humano, visto como um valor inerente à dignidade humana, enquanto fator de realização pessoal, enquanto gerador de riqueza a favor do bem comum e enquanto meio de subsistência do proprio indivíduo e de seus dependentes.

Na Liturgia das Horas, da festa de São José Operário, no hino de Laudes, sua humilde profissão de carpinteiro é poeticamente exaltada em meio à sua vida e missão:


"Anuncia a aurora o dia, chama todos ao trabalho; como outrora em Nazaré, já se escutam serra e malho".


Nesta estrofe introdutoria somos levados a Nazaré, onde em uma humilde oficina, o carpinteiro José, ao raiar de um novo dia, movimenta serra e malho, para ganhar o pão de cada dia para Jesus e Maria.

E o hino continua:

"Salve, ó chefe de Familia! Que mistério tão profundo ver que ensinas teu oficio a quem fez e salva o mundo"

Aqui São José, apresentado e reconhecido, como chefe da humilde Familia de Nazaré, é logo colocado no profundo mistério de ser mestre de quem o mundo criou e salvou e assim é efusivamente saudado.

Aqui esta o poque da postura dos conterrâneos de Jesus, admirados do que viam nEle, sem entender, sua inteligência, seu ensinamento e seus milagres: "De onde lhe vem essa sabedoria e esses milagres? Não é Ele o filho do carpiteiro...?" (Mt 13,54s).

Como conseqüência dessa atitude, temos a amarga conclusão do mesmo Jesus: "Nenhum profeta é bem aceito em sua casa". E ai não reslizou nenhum milagre.

A discriminação de pessoas, de qualquer de tipo que seja, contradiz frontalmente o evangelho Deus não faz discriminação de pessoas.

Com este texto colocado na missa de São José Operario, a Igreja acolhe mensagem de Jesus e mais uma vez se posiciona contra a discriminação, que é alimentada pela intolerância pelo radicalismo e pelo fundamentalismo..

"Habitando agora alto com a Esposa e o Salvador vem e assiste aqui na terra todo pobre e o sofredor"

Nesta estrofe, se afirma o poder de intercessão de São José, exercido em comunhão com Maria e o seu Divino Filho, o Verbo feito Homem. Temos os membros da Familia de Nazaré, no céu intercedendo por um lar feliz já aqui na terra, onde é respeitada a dignidade humana, vivenciada pela qualidade de vida.

"Ganhe o pobre um bom salário e feliz seja em seu lar gozem todos de saúde e saúde com modéstia e bem-estar".

E o hino das Laudes conclui colocando a intercessão de São José junto à Trindade, no sentido de que como nosso guia, encaminhe nossos passos para o céu.

"São José, roga por nós à Trindade que é um só Deus; encaminha os nossos passos guia a todos para os céus".

Para o bom irmão, a boa irmã pensar.

1. Qual a intenção da Igreja ao instituir a festa de São José Operário?

2. Qual seu pensamento e atitude em relação à discriminação socio-politica-econômica-religiosa?

3. Qual seu interesse pela doutrina social da Igreja?

4. Faz parte da missão da Igreja cuidar concretamente das questões sociais que afetam os direitos e a dignidade da pessoa humana?


Dom Fernando Legal, SDB
Bispo Emérito de São Miguel Paulista

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Oração pelas vocações

47o. DIA DE MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES.

Dia 25 passado, 4o. Domingo da Páscoa, chamado domingo do Bom Pastor, celebramos em nossas Dioceses, Paróquias e Comunidades, o 47o. Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

O nome de Bom Pastor dado a esse domingo, se justifica pelo texto do evangelho poclamado na missa desse dia, (João 10, 27-30).

Por identificar-se o sacerdote com o perfil do Bom Pastor, é providencial fazer deste 4o. Domingo da Páscoa o Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

Já no versículo 11 e seguintes desse capítulo, Jesus se define como Bom Pastor, apresentando o perfil desta figura tão querida ao seu Divino Coração, em radical contraste com a figura do mercenário:

"O Bom Pastor da a vida por suas ovelhas. Mas o mercenário, aquele que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê o lobo que se aproxima e abandona as ovelhas e foge. O lobo arrebata e dispersa as ovelhas. É mercenário e não se preocupa com as ovelhas. Eu sou o Bom Pastor. Conheço minhas ovelhas e minhas ovelhas me conhecem, assimcomo o Pai me conhece e eu conheço o Pai. E dou minha vida por minhas ovelhas" (Jo 10, 11-15).

Ao encontrar-se nesse domingo, na Praça de São Pedro, em Roma, com milhares de peregrinos vindos do mundo inteiro, Bento XVI convidou aos pais a rezarem para que seus filhos se abram à escuta de Jesus, lembrando que: "a primeira forma de testemunho que suscita vocações é a oração"

"Pedi ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe" (Mt 9, 38). com estas palavras, Jesus expressava muito mais que um simples conselho ou admoestação.

A humilde insistência de Santa Mônica em suplicar a Deus a graça da conversão de seu filho Agostinho, é vista pelo Papa, como significativo exemplo da eficácia da oração dos pais em favor de seus filhos.

Entretanto, com a necessária oração dos cristãos pelas vocações sacerdotais e religiosas é imprescindivel o testemunho de vida santa, fiel e perseverante, daqueles que respondendo ao chamado divino, assumem o sacerdócio ou a vida consagrada: "não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos institui para que vades e produzais fruto e vosso fruto permaneça..." (Jo 15, 16).


Então, ninguem pode se arrogar essa dignidade, mas deve ser chamado por Deus, como o foi o mesmo Cristo: "assim também Cristo não atribui a si proprio a glória de tornar-se pontifice; mas foi elevado por aquele que lhe disse..."Tu es sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec": (Hb 5, 4-6).


A fidelidade perseverante do sacerdote é portanto um direito sagrado dos membros da Igreja, na qual, pela qual e para a qual ele livre, sabendo e querendo se tornou ministro do Senhor a serviço de seu povo e o seu rebanho, que é a mesma Igreja ou se consagrou no seguimento do Cristo pobre, casto e obediente.


Concluindo: todos nós pastores e fieis temos sumo interesse em que nossos queridos irmãos sacerdotes sejam santos, zelosos pastores, autênticos ministros do Senhor.

Então cabe a nós o grave dever da oração, da penitência e das boas obras pela santificação do Clero.

Para sua reflexão:

1. O padre para você tem o perfil constitutivo instituido pelo mesmo Cristo?

2. O que você faz em termos de oração, penitência e boas obras para a santificação do Clero?

3. Como você atua na pastoral vocacional de sua Diocese, Paróquia, Comunidade?

4. Qual sua colaboração de discipulo(a) e missionario(a) com o padre que está à frente de sua Paróquia ou Comunidade?


Dom Fernando Legal, SDB

Bispo Emerito de São Miguel Paulista.

sábado, 24 de abril de 2010

Reflexão do Evangelho do 4o. Domingo Pascal

Evangelho: Jo 10,27-30

"As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninquém as pode arrebatar da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um."



Comentário

Neste periodo do Tempo Pascal, quarenta dias, aguardamos como os Apóstolos, a Ascensão do Senhor Ressuscitado.
Sua presença se manifesta através de aparições esporádicas especiais, a determinadas pessoas e em determinados lugares e momentos.

O Ressuscitado, nessas aparições, assume com palavras e gestos, atitudes com o sabor de estar concluindo sua missão salvifica , antes de voltar para junto do Pai.

No texto do Evangelho, acima citado, Jesus se apresenta nas vestes do Bom Pastor, imagem tão cara ao seu divino Coração, como se encontra em João 10,11.

As ovelhas lhe foram entregues pelo Pai, para terem vida, e foram por Ele recebidas e amada até a morte e morte de cruz.

Esse amor do Bom Pastor, tem sua mais profunda expressão na doação da vida, como aconteceu com o Cordeiro Pascal (1 Jo 3,16).

O relacioamento de Bom Pastor com suas ovelhas acontece num processo de mútuo conhecimento:

Conhecer, para Amar - Amar para Servir.

Só Ama quem conhece. O conhecimento da ovelha em relação ao Bom Pastor é portanto a primeira exigência do Amor.

O conhecimento aqui exigido não é acadêmico, nem teórico, nem abstrato, mas existencial, ou seja, inserido na minha vida, no que sou, no que tenho e no que faço, como uma experiência de Deus.

O texto em pauta, mostra a ligação existente entre Conhecer - Amar -Seguir, concluindo com o Dom da Vida Eterna e a Promessa de que jamais hão de perecer e de que ninguém as roubará de minha mãos (Jo 10,28).

Conclusão

1. Você conhece seu Bom Pastor, Jesus Cristo?
2. O Jesus que você conhece é o Filho de Deus feito Homem, nascido da Virgem Maria e nosso Salvador, Cabeça de seu Corpo, que é a Igreja?

3. -Seu amor à Jesus é fruto desse seu conhecimento e se concretiza em fazer a vontade dEle, cumprindo os mandamentos (Jo 15,9s)?

Meus irmãos minhas imãs, que esta modesta reflexão os ajude a crescer no amor a Deus e aos irmãos, os ajude a aproximarem-se mais de Deus e dos irmãos.

Dom Fernando Legal, SDB
Bispo Emérto de São Miguel Pauista.

sábado, 17 de abril de 2010

Discurso de Dom Fernando Legal, SDB, na posse de Dom Manuel Parrado Carral 06/03/2008

Exma. Revma. Dom Manuel Parrado Carral,

A Igreja de Jesus Cristo, presente na Diocese de São Miguel Paulista, inicia, com a sua posse, uma nova etapa de sua história. Há 19 anos, nesta mesma catedral, matriz de São Miguel Arcanjo, nascia, com o desmembramento da Arquidiocese de São Paulo, uma nova diocese, criada por sua santidade, o servo de Deus, João Paulo II, pela Bula Constat Metropolitanam Eclesiam, no dia 15 de março de 1989, instaurada a seguir, no dia 28 de maio por Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo de São Paulo.

Esse contexto nos mostra o nascimento da Diocese com seu primeiro bispo diocesano transferido da Diocese de Limeira. Desde então, estabeleceu-se uma conjunta e eterna comunhão afetiva e efetiva minha com essa sempre querida e jamais esquecida Diocese de São Miguel Paulista.

Hoje, passados 19 anos, cabe-me a alegre incumbência de passar as mãos de sua excelência, e mais do que isso, de colocar no seu coração de pastor zeloso, trabalhador da messe do Senhor, esta, por anos muito amada, porção do rebanho de Cristo. Com essas palavras, recordando a ação do bom pastor exaltada na sucessão viva dos apóstolos, Cristo nos lembra que ele, guiado pelo amor aos irmãos, sempre nos guarda e protege por meio dos seus santos apóstolos, conduzindo-nos através de seus pastores, segundo seu coração.

Portanto, se for o caso, Cristo, o Bom Pastor, torna-se o referencial único, supremo e absoluto do pastoreio da Igreja. Se por um lado a Igreja se formava sob a rocha que é Pedro, por outro são os pastores por ele constituídos que garantem sua presença, sua ação e sua visibilidade junto ao rebanho. Como sucessor dos apóstolos, constituído por Cristo no Espírito Santo, bispo diocesano de São Miguel Paulista, querido Dom Manuel, nós o acolhemos e aclamamos em nosso cordial afeto e de todo o coração.

Ouça:
Bendito o que vem em nome do senhor!
Hosana no mais alto dos céus!

Esta, a manifestação do seu povo em festa, Dom Manuel, ressoa com “Hosana nos mais alto dos céus!”, uma vez que estamos todos felizes com essa celebração.

A sucessão apostólica que se manifesta nesta liturgia no Templo de São Pedro, garante a universalidade da missão salvífica de Cristo junto há tantos ou quais ele encontrou. Sendo assim, consolidada, ao longo dos séculos, a Palavra do Senhor. “Não tenham medo. Estarei convosco para sempre”. O texto de Paulo, da 1 Cor 3,6 revelou os poderes que a Igreja recebeu, e nos ensina que todo o trabalhador é agraciado no Senhor, porque Deus Criador, Pai Redentor, realiza tudo em todos, na caminhada apostólica de sua ação salvífica. Os anos passam. As pessoas se despedem de cargos e funções. As situações... O mundo se transforma. E desta renovação emerge o novo, que é sempre um desafio. Embora, com apenas 19 anos, também a Diocese de São Miguel Paulista vive a dinâmica desta caminhada histórica, inserida na realidade específica de render glória com seus amores e desafios.

Assim, tentou ser criada a nova Igreja Particular, com a tarefa de consolidar-se enquanto uma porção do povo de Deus autônoma, confiada ao bispo com o seu presbitério. Torna-se necessário elencar aqui o que foi feito nessa caminhada de 19 anos. Todos temos diante dos olhos que a servimos de todo o coração, mas, sobretudo pela fé, esperança e caridade, tudo o que nestes anos aqui se fez e se viveu.

Espero, com a graça de Deus guiada pelo Espírito Santo e com a materna intercessão da Mãe de Deus e da Igreja Nossa Senhora da Penha, que apesar de nossas limitações, a diocese inteira possa se consolidar. Houve muito trabalho, muita canseira, muito suor. E assim, vivendo o Evangelho, acontece a semeadura, a colheita e a mudança alegre e feliz. Nisto, devemos obedecer a Deus com simplicidade e humildade, pois é ele o nosso juiz.

Que todos nós, engajados nesta Igreja Particular, possamos manifestar o nosso amor, o nosso carinho e a nossa dedicação para com esta diocese. ‘Bendito o que vem em nome do Senhor’, Dom Manuel Parrado Carral, ao passar-lhe o báculo, sinal do pastoreio, seu báculo tem uma luz: não se pastoreia sem a luz. Por isso, toda a família diocesana de São Miguel Paulista, aqui significativamente representada: sacerdotes, diáconos, seminaristas, religiosos e religiosas, agentes de pastoral, representantes das diversas campanhas de evangelização, fiéis leigos, agentes de serviços comunitários, vieram saudar-lhe, para como missionários, levarem sua proteção, e sob seu pastoreio, avançam em águas mais profundas em plena comunhão com a Igreja Eclesiástica, e voltada, ao mesmo tempo, das orientações que são, com certeza, fazer a vontade Deus e colaborar com a família diocesana aqui representada.

Dom Fernando Legal, SDB
Bispo Emérito de São Miguel Paulista

São Paulo, 02 de Março de 2008