quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Campanha da Fraternidade 2011

Campanha da da Fraternidade 2011

Tema: Fraternidade e a Vida no Planeta
Lema:“A Criação Geme em Dores de Parto” (Rom 8, 28).

Como para as Campanhas da Fraternidade anteriores, também para a de 2011, o Texto Base torna-se não só importante, mas até necessário, na veste de subsídio referencial oficial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), para o êxito comunitário da mesma Campanha nossas Dioceses, Paróquias e Comunidades.

Dessa postura, depende, em grande parte o êxito da CF, sobretudo para as forças vivas de evangelização em nossas comunidades, particularmente para as Equipes da CF.

É tarefa fundamental dos Agentes da CF, em nossos Sub Regionais, Dioceses e Paróquias, acolher, assimilar, vivenciar, para comunicar com credibilidade o Texto Base.

O Texto Base, tem em cada Agente da CF um valioso multiplicador, garantindo a penetração da mesma não so em sua comunidade católica, mas ainda na sociedade em que esta inserida, como de fato tem positivamente acontecido em todos esses anos.

No Texto Base, o tema da Cf 2011 "Fraternidade e Vida no Planeta", é trabalhado segundo o método Ver, Julgar e Agir.

A compreensão do Texto Base, é facilitada, por três momentos interligados.

Num primeiro momento temos a busca do conhecimento da realidade em seus diversos niveis, modalidades e responsabilidades (VER).

Num seguno momento, essa realidade é iluminada pela luz da Palavra de Deus, que fornece criterios de avalação e de julgamento dessa realidade (JULGAR).

No terceiro momento, finalmente é concluido o processo, com gestos concretos, atraves de propostas que comprometam as pessoas e comunidades, tanto na Igreja, como na sociedade civil e no Poder Publico (AGIR).
O Texto da CF 2011, foi oficialmente lançado na Sede do Conselho Episcopal Sul 1, da Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em São Paulo, no dia 26 de novembro passado, com a presença de entre outros, de Dom Nelson Westrupp, presidente do Regional, de Dom Airton José dos Santos, Secretário Geral, Em.mo Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, Dom Fernando Legal, Bispo Referência da CF, Pe. Nelson Rosselli Filho, Sub-Secretário Adjunto, Pe. Cicero Coordenador da CF e de uma representação qualificada de Agentes da CF e de lideranças de nossas comunidades.

O fato desse lançamento acontecer na Sede do Regional Sul 1 da CNBB, é sinal evidente do significado da Campanha da Fraternidade para a Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil em nosso Regional.

A Campanha da Fraternidade que acontece todos os anos por ocasião da Quaresma, é um momento forte de evangelização, em que na Igreja do Brasil é pastoralmente trabalhado em conjunto, um mesmo tema por todas as suas comunidades.

Em seu período de gestação, a Campanha da Fraternidade foi uma sementinha lançada em 1961 pela Cáritas Brasileira para arrecadar fundos em favor das atividades assistenciais e promocionais da entidade.

Esta atividade foi chamada pela primeira vez de Campanha da Fraternidade e realizada com apoio financeiro dos bispos norte-americanos, na Quaresma de 1962, em Natal, RN, com a adesão de outras três Diocese.

No ano seguinte, 1963 a Campanha da Fraternidade aconteceu em dezesseis Dioceses do Nordeste, dando origem ao embrião de um projeto anual dos Organismos Nacionais da CNBB e das Igrejas Particulares do Brasil à luz e na perspectiva das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral da Igreja em nosso Pais.

Nesses inícios teve destacada atuação o Secretariado Nacional de Ação Social da CNBB, sob cuja dependência estava a Cáritas Brasileira, que tinha como presidente, o Dom Eugênio de Araújo Sales, Cardeal Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro, na época Administrador Apostólico de Natal.
Este projeto, foi lançado em nível nacional, no dia 26 de dezembro de 1963, sob o impulso renovador do espírito do Concilio Vaticano II e realizado pela primeira vez na Quaresma de 1964 com o Tema:”Lembre-se, você também é Igreja”.

Finalmente, em 1965 a CNBB assume a Campanha da Fraternidade e cria a estrutura básica da mesma. Estava consolidada a Campanha da Fraternidade na Igreja de Cristo no Brasil.

Em sua fase inicial, 1964 - 1972, a Campanha da Fraternidade busca a renovação interna da Igreja e a renovação do Cristão.

A partir de 1973 a Campanha da Fraternidade inicia uma nova fase, ao preocupar-se com a realidade social do povo brasileiro e suas situações existenciais, denunciando o pecado social e promovendo a justiça, com o Tema: “Fraternidade e Libertação - O egoísmo Escraviza, o Amor Liberta”.

Com esta nova fase, mesmo sendo a Campanha da Fraternidade, uma iniciativa pastoral da Igreja Católica, já em sua décima realização, ela se abre para outras denominações religiosas, para o poder público, para as mais diversas entidades e para a mesma sociedade civil como um todo.suscitando por parte delas, crescente interesse, sendo acolhida com simpatia, até mesmo para além da Comunidade Católica.

Entre tantas outras manifestações de apreço, lembro a Sessão Solene da Assembléia Legislativa de São Paulo, em Homenagem À Campanha da Fraternidade no Ano de 2009, que tratou do Tema: “Fraternidade e Segurança Publica “ com o Lema: “A Paz é Fruto da Justiça”.

Com esta caminhada histórica, a Campanha da Fraternidade tornou-se um marco referencial para a Ação Evangelizadora da Igreja Católica, a serviço do povo brasileiro, colaborando na promoção da fraternidade, da justiça e da paz.

Assumida pela CNBB, a Campanha da Fraternidade esta vinculada diretamente ao Secretariado Geral da mesma Conferência, que com aval do episcopado brasileiro, cada ano, cuida do seu planejamento, organização divulgação, elaboração e distribuição de subsídios organização em nível nacional, tendo como destaque o Texto Base.

“Fraternidade e a Vida no Planeta” é o tema da Campanha de 2011 que tem como Lema: “A Criação Geme em Dores de Parto” (Rom 8, 28), com o Texto Base, tendo um terço de páginas a menos em relação aos dos anos anteriores, que embora bastante enxuto, conserva a mesma metodologia tradicional do Ver - Julgar e Agir. A Campanha da Fraternidade, coincide com a Quaresma, que é por sua vez, a preparação para a celebração da Páscoa, a maior festa da Igreja Católica a ser privilegiada no tempo litúrgico, prioritariamente.

Sendo a Conversão, referência dinamizadora da Quaresma, através da oração, do jejum e da esmola, a Campanha da Fraternidade, precisamente enquanto proposta de Conversão à fraternidade evangélica nos oferece um ótimo auxilio e uma excelente oportunidade pratica para vivenciarmos essa mesma exigência requerida pela Quaresma.

Por esta razão, a Campanha da Fraternidade valoriza as celebrações quaresmais e os textos bíblicos próprios desse tempo litúrgico, tendo de próprio da Campanha, apenas a Oração e o Hino.

É bom ter presente que o tema da CF 2011 é bastante trabalhado seja pela Sagrada Escritura, como pelo Magistério da Igreja, em particular pelos últimos Papas e pela Teologia Pastoral, de Bento XVI, explicitamente relacionado com o tema desta Campanha e que pode enriquecer-lo com o sólido suporte da Doutrina Social da Igreja, em sua significativa expressão como a encíclica “Caritas in Veritate”, que trata precisamente do “Desenvolvimento Humano Integral na Caridade e na Verdade” e a Mensagem para a celebração do Dia Mundial da Paz, deste ano de 2010 com o tema: “Se queres cultivar a Paz, preserva a Criação”

"Desenvolvimento dos Povos, Direito e Deveres, Ambiente”é o conteúdo do Capítulo IV da citada encíclica, que desenvolve o que caracteriza de especifico este documento pontifício.

Outro pronunciamento do Santo Padre feito no inicio deste ano de 2010, e nesta mesma linha da encíclica citada, é a Mensagem para a celebração Dia Mundial da Paz, com o tema “Se queres cultivar a Paz, preserva a Criação”..

A convivência pacifica da humanidade é nessa mensagem de Bento XVI relacionada com o profundo significado e grande importância da Criação, como “O principio e o fundamento de todas as obras de Deus”, de que decorre o respeito que lhe é devido: afirmando ser sua preservação hoje essencial para a convivência pacifica da humanidade.

O Papa, insiste em alertar sobre o desleixo e abuso em relação à terra e os bens naturais coloca o desleixo e mesmo o abuso em relação à terra e aos bens naturais que Deus nos concedeu, tão preocupantes, como os numerosos perigos que ameaçam a paz e o autentico desenvolvimento humano integral: à desumanidade do homem para com o seu semelhante, guerra, conflitos internacionais e regionais, atos terroristas e violações dos direitos humanos.

E afirma que torna-se indispensável que a humanidade renove e reforce “Aquela aliança entre ser humano e o ambiente que deve ser espelho do amor criador de Deus, de quem provimos e para quem estamos a caminho”.

Já na encíclica “Caritas in Veritate”, Bento XVI no capitulo IV “Desenvolvimento dos Povos, Direitos e Deveres, Ambiente”, trata da problemática do Desenvolvimento Humano e do Ambiente: realçando que o desenvolvimento humano integral enquanto intimamente ligado com os deveres que nascem da relação do homem com o ambiente natural, considerado como dádiva de Deus para todos, traz em sua utilização a responsabilidade comum para com a humanidade inteira, especialmente para com os pobres e as gerações futuras.

E nos alerta do risco que corremos de atenuar na consciência a noção de responsabilidade, quanto a natureza e sobretudo quanto ao ser humano, considerados simplesmente como fruto do acaso ou do determinismo evolutivo

É ainda afirmado nessa encíclica que a Igreja, “perita em humanidade”, evitando intervir sobre soluções técnicas específicas, também em função de sua missão, tem a peito chamar vigorosamente a atenção para a relação existente entre o criador, o ser humano e a criação.

Também é muito bem lembrado por Bento XVI, que já há vinte anos, em 1990, João Paulo II em sua Mensagem do Dia Mundial da Paz, com o tema: “Paz com Deus criador, Paz com toda a criação” chamava a atenção para a relação que nós, enquanto criaturas de Deus, temos com o universo que nos circunda, no qual vivemos, com o qual nos relacionamos e do qual usufruímos E se referia à uma consciência crescente de que a paz mundial está ameaçada, também pela falta de respeito devido à natureza. Consciência esta, que não deve ser reprimida, mas antes favorecida, de maneira que se desenvolva e vá amadurecendo até encontrar expressão adequada em programas e iniciativas concretas.

Em 1990, João Paulo II falava de: “Crise Ecológica” realçando o caráter prevalentemente ético de que a mesma se revestia e indicando a urgente necessidade moral de uma nova solidariedade.

Hoje, diante da proliferação de manifestações dessa crise, seria uma grave irresponsabilidade, não levar a sério e ficar indiferente perante as problemáticas que derivam de fenômenos como as alterações climáticas, desertificação, o deterioramento e a perda de produtividade de vastas áreas agrícolas, a poluição dos rios e dos lençõis de água, a perda da biodiversidade, o aumento das calamidades naturais, o desflorestamento das áreas equatoriais, e tropicais. Como descuidar o fenômeno crescente de pessoas que por causa da degradação do ambiente em que vivem se vêem obrigadas a abandona-lo, deslocamento forçado.

Avaliar a crise ecológica prescindindo das questões relacionadas com ela, nomeadamente o próprio conceito de desenvolvimento e da visão do homem e das suas relações com seus semelhantes e com a criação. Por isso, é decisão sensata realizar uma revisão profunda e clarividente do modelo de desenvolvimento e também refletir sobre o sentido da economia e dos seus objetivos para corrigir as suas distorções e deturpações .

O estado de saúde ecológica da terra exige da humanidade uma profunda renovação cultural e moral redescobrindo aqueles valores que constituem o alicerce firme sobre o qual se pode construir um futuro melhor para todos.

Então é dever de todos exercer sobre o ambiente um governo responsável, tendo presente o que como lembra o Concilio Vaticano II: “Deus destinou a terra com tudo o que ela contem para uso de todos os homens e povos”.

A herança da criação pertence à humanidade inteira.

A Solidariedade Universal, quanto a uma gestão sustentável do ambiente e recursos da terra, é não só um fato e um beneficio para todos nós, mas também um dever, que não pode ficar a cargo das gerações futuras.

Igreja tem a sua parte de responsabilidade.em relação à ecologia, por existir na ecologia a ser formalmente tratado e por quem de direito, o aspecto teológico-pastoral.

A responsabilidade que a Igreja tem para com a criação ela também deve exercer em âmbito publico para defender a terra, a água e o ar, dádivas de Deus Criador a todos, protegendo o homem antes de tudo contra o perigo da destruição de smesmo.

Termino com votos de que o Texto Base CF 2011 aqui lançado nesta noite, seja por nós bem acolhido, estudado com interesse, frutuosamente assimilado e mais que tudo vivenciado por nós e ´por nossas comunidades, na próxima Quaresma.

Assim comprometidos, devidamente capacitados pelo Ver e pelo Julgar, nos empenhemos, como cidadãos e cristãos católicos, em garantir que de fato aconteça na Igreja e na Sociedade Brasileira o AGIR sugerido pelo tema Fraternidade e a Vida no Planeta e possivelmente ampliado e concretizado pela diversidade das realidades existentes na Igreja e na Sociedade.

O Texto da CF 2011 apresenta estas Propostas:

1. Resgatar o sentido profético do Domingo.
2. Conhecer seu consumo ecológico.
3. Gestos concretos para diminuir o consumo pessoa.
4. Relacionar a Cidade com o meio ambiente para preserva-.
5. Gestos concretos que preservem o ambiente nas comunidades Paróquias e Diocesanas.
6. Ações em nível mais amplo.
Posicionamento sobre a questões: - energética – desmatamento.- agronegócio.
7. Desenvolver políticas publicas preventivas de superação de situações de risco

Sem duvida, será uma feliz realidade o augúrio que João Paulo II fez à Igreja e a todos os Povos, á vinte anos, em sua Mensagem do Dia Mundial da Paz: “Paz com Deus Criador, Paz com toda a Criação" e Bento XVI retomou em sua mensagem este ano de 2011 "se quere cultiva aa Paz, preserva a Criação".
Dom Fernando Legal, SDB