sábado, 25 de fevereiro de 2012

PRIMEIRO MANDAMENTO: AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS




Este é de fato o primeiro e grande mandamento válido para todo ser humano: trata-se de amar.

Seu sentido fundamental deve ser procurado no Antigo Testamento. As palavras: “Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Deuteronômio 6,4) e estas outras: “Eu sou o Senhor, teu Deus” (Êxodo 20,2), são a base e o fundamento da Aliança entre Javé e o povo de Israel.

Portanto, o primeiro mandamento quer inculcar, antes e acima de tudo, a existência de um único Deus (Israel vivia rodeado de pagãos que acreditavam em muitos deuses). Essas palavras, ainda hoje, são o fundamento da fé dos seguidores de Moisés e dos seguidores de Cristo, conforme a nossa profissão de fé: “Creio em um só Deus”. Não há outros deuses.

Se Deus é o único Senhor, nós, suas criaturas, filhos e filhas, devemos comportar-nos com Ele, por palavras e atitudes, de forma a reconhecê-lo realmente como nosso Deus e único Deus. Cabe-nos, portanto, antes e acima de tudo, amá-lo e adorá-lo: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças” (Deuteronômio 6,4-5). Jesus retomará ao pé da letra estas palavras (cf. Mateus 22,37; Marcos 12,29-30; Lucas 10,27-28). Portanto, amar a Deus sobre todas as coisas é o nosso primeiro e mais importante gesto de amor para com quem nos criou e é nosso Pai.


Nosso relacionamento amoroso com Deus deve traduzir-se em atitudes práticas. O mandamento: “Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento” (Mateus 22,37), concretamente, pode ser reduzido a três atitudes:
· crer em Deus (fé);
· esperar em Deus (esperança);
· amar a Deus (caridade).

Estas são as três virtudes teologais, assim chamadas porque nos colocam em contato espiritual imediato com o próprio Deus (“teologais” vem de “Theós” que, em grego, significa “Deus”). São três dons que Ele infunde em nosso coração no momento do batismo. Viver com fé, esperança e caridade é a maneira concreta de nos relacionar com o nosso Deus e cumprir o primeiro mandamento. É bom falar alguma coisa de cada uma.

O que significa viver com fé? A fé consiste em entregar-se a Deus com total confiança e procurar viver de acordo com sua Palavra revelada por Ele nos dois Testamentos (Bíblia) e que a Igreja continua a transmitir. A fé não brota espontaneamente de dentro do ser humano, ela nos é dada por Deus no momento do batismo e se alimenta pela atenção constante à Palavra de Deus.

É assim que, no caso de pessoas adultas não batizadas, a fé começa a germinar no coração ao ouvirem a pregação da Palavra de Deus, como ensina São Paulo: “A fé vem pela pregação e a pregação, pela palavra de Cristo” (Romanos 10,17).

Por essa razão, a fé tem forte relação com o intelecto, pois é por meio dele que compreendemos as palavras que ouvimos. Não basta, porém, crer intelectualmente na Palavra de Deus. É preciso procurar viver de acordo com ela, pois a fé é bem mais do que só crença intelectual, a fé é vida! Isto, porém, em nada diminui a importância de acolher intelectualmente as verdades transmitidas pela Igreja. Descuidando a crença intelectual, aos poucos, a fé nos corações também vai se apagando.

Infelizmente, você pode descuidar da fé de diversas maneiras:
• pela dúvida, que consiste na dificuldade em crer ou na recusa explícita a crer; se não houver esforço para superar essa dificuldade, pode-se chegar a perder fé;
• pela incredulidade, que é o desinteresse total por tudo o que Deus revelou. A incredulidade pode levar à heresia (negação explícita de alguma verdade revelada), à apostasia (rejeição total da fé cristã) e ao cisma (recusa da comunhão com os membros da Igreja e seus pastores, o papa e os bispos).

Essas atitudes são contrárias à fé e violam o primeiro mandamento; por elas, recusa-se obediência a Deus que nos revelou a Verdade.

O que significa viver com esperança? A esperança nos faz aguardar com confiança os bens que Deus em seu amor nos prometeu, em particular, a felicidade eterna. Não ter esperança significa desconfiar de Deus, que poderia mentir e nos enganar... Peca-se contra a esperança:
• pelo desespero, que leva o ser humano a não aguardar mais nada da parte de Deus, como se Deus não se interessasse por nós ou não fosse justo;
• pela presunção, que consiste na atitude contrária, isto é, em alguém pensar que pode salvar-se sozinho, ou então, em pretender de Deus o perdão sem esforço de conversão e sem méritos.

O que significa viver com caridade? Ao amor de Deus por nós devemos responder com sincero amor, amor que supere todo o amor a qualquer criatura, sem outros interesses de nossa parte. Afinal ele é nosso Deus e Pai. Pecamos contra o amor a Deus:
• pela indiferença, que consiste no desprezo do amor de Deus por nós, no desinteresse por Deus e por suas iniciativas em nosso favor;
• pela ingratidão, pois por ela não reconhecemos quanto Deus nos ama e não respondemos a seu amor com nosso amor;
• pela frieza (tibieza), atitude que nos leva a ser negligentes em amar o nosso Pai celeste;
• pelo ódio a Deus, que consiste em aborrecer nosso Criador e Pai, negar sua bondade e até mesmo maldizê-lo por “atrapalhar” nossas más inclinações e ameaçar-nos com “castigos”.

Se amar a Deus sobre todas as coisas é o maior mandamento, não amá-lo sobre todas as coisas é o maior pecado.

Aí está como amar a Deus de acordo com o Primeiro Mandamento. Há ainda outras atitudes a assumir, mas isso fica para a próxima postagem.



NB - Este texto foi aqui reproduzido com a devida autorização de seu autor; Dom Hilario Moser, SDB - Bispo Emérito de Tubarão, SC
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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Campanha da Fraternidade 2012




Tema: "A Fraternidade e Saude Publica"
Lema: "Que a Saude se difunda sobre a Terra" (Eclo 38,8).



Na próxima 4a. Feira de Cinzas tem início na Igreja do Brasil a Campanha da Fraternidade, 2012 com o tema: "A Fraternidade e Saude Publica" e o lema: "Que a Saude se difunda sobre toda a Terra",

A Campanha da Fraternidade é uma iniciativa pastoral da Igreja Católica por ocasião da Quaresma, como um momento significativo de sua Ação Evangelizadora trabalhando em conjunto, o conteudo de um mesmo tema em todas as Dioceses do país, com suas Paróquias e Comunidades.
Depois de um período de gestação, durante os anos de 1961 a 1963, a Campanha da Fraternidade em seus moldes atuais, acontece cada ano desde 1964.

Em 1961, trê padres responsáveis pela Cáritas Brasileira idealizaram uma campanha para arrecadar fundos para as atividades assistenciais e promocionais da instituição e torná-la assim autônoma financeiramente.

Esta atividade foi chamada Campanha da Fraternidade e realizada pela primeira vez, na Quaresma de 1962, na Arquidiocese de Natal, (RN), que tinha como Administrador Apostólico, Dom Eugênio de Araujo Sales, Cardeal Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro, com a adesão de outras três Dioceses e apoio financeiro dos bispos norte-americanos.

No ano seguinte, 1963, dezesseis Dioceses do Nordeste realizaram a Campanha da Fraternidade, que foi o embrião de um projeto anual dos Organismos Nacionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Também em seu início, a Campanha da Fraternidade, teve ainda a atuação destacada do Secretariado Nacional de Ação Social da CNBB, sob cuja dependência estava a Caritas Brasileira, que na época, tinha como responsavel o Cardeal Dom Eugênio de Araujo Sales, Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro.

Este projeto foi lançado em nivel nacional, no dia 26 de dezembro de 1963, sob o impulso renovador do espírito do Concílio Vaticano II, que estava em andamento.

E na Quaresma de 1964 foi realizada pela primeira vez a Campanha da Fraternidade em nivel nacional, dando seqüência às demais Campanhas sem interrupção até esta de 2012.

Como iniciativa da Igreja Católica, naturalmente são os católicos os primeiros destinatarios diretos e imediatos da Campanha da Fraternidade que trata temas referentes à Vida e Missão da mesma Igreja.

Nesse sentido, os temas das nove primeiras Campanhas da Fraternidade (1964-1972) trabalharam a renovação da Igreja em si (1964-1965) e da renovação dos cristãos (1966-1972).

A partir de 1973, impulsionada pelo Concílio Vaticano II, e pelas Conferência Episcopais Latino-America, em Medellin e Puebla, a Campanha se preocupa com a realidade social do povo, denunciando o pecado social e promovendo a justiça e nesta mesma linha, desde 1985 a Campanha tem se voltado para situações existenciais do povo brasileiro.

Com esta abertura, para além dos limites específicos da Igreja Católica, a Campanha da Fraternidade multiplica seus destinatários, atingindo além dos católicos, também os cidadãos em geral, sendo acolhida com grande simpatia pela sociedade tanto governamental como civil.

Nesta perspetiva, o objetivo da Campanha da Fraternidade é ajudar os cristãos e as pessoas de boa vontade a viverem a fraternidade pela busca, através de compromissos concretos, para a construção de uma sociedade fraterna, justa e solidária.

A Quaresma, tempo em que se realiza a Campanha da Fraternidade, é por sua vez, o tempo litúrgico de preparação para a Páscoa, a maior festa do calendário católico, em que se celebra a Ressurreição de Cristo, Deus e Salvador, vencedor da morte e fonte de vida nova em plenitude: "...Eu vim para tenham vida e a tenham em abundância" (Jo 10,10).

O Mistério Pascal celebrado e vivido na Quaresma, é marcado como tempo forte de Conversão, ou seja, de passagem da morte para a vida e tem como protagonista o mesmo Cristo, morto e ressuscitado e nEle, por Ele e com Ele, também nos passamos da morte para a vida e vida em abundância.

Chegamos assim, ao Cristo Ressuscitado passando pelo Cristo Penitente, Morto e Sepultado; passagem que significa Conversão, a ser concretizada em clima de oração, de esmola e penitência.

Pelo que foi cima exposto, a Conversão é também para a Campanha da Fraternidade, sua identidade e um fator integrante.

Portanto, como para a Quaresma, a Conversão é também para a Campanha da Fraternidade, uma exigência para a realização do seu objetivo que é; testemunhar a exigência central da mensagem de Jesus, ou seja o Amor Fraterno: "Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, e com todo o teu entendimento! Esse é o maior e o primeiro mandamento. Ora, o segundo lhe é semelhante: Amarás teu próximo como a ti mesmo. Toda a lei e os profetas dependem desse dois mandamentos (Mt 22, 37-40).

Com isto a Campanha da Fraternidade torna-se é uma otima oportunidade de vivermos também o objetivo da Quaresma, enquanto Conversão.

Sem prejudicar a primazia da Quaresma, conservando seu valor e lugar de descaque na celebração do Mistério de Cristo, sobretudo na liturgia, torna-se possivel a realização da Campanha da Fraternidade durante nesse tempo litúrgico.

Um fator significativo e altamente enriquecedor da Campanha da Fraternidade, é o apoio do Santo Padre, externado cada ano desde 1970, com uma mensagem especial, por ocasião de sua abertura.

Para este ano, Bento XVI em sua mensagem de abertura da Campanha da Fraternidade chama nossa atenção para seu objetivo: "suscitar, a partir de uma reflexão sobre a realidade da saude no Brasil, um maior espirito fraterno e comunitário na atenção dos enfermos e levar a sociedade a garantir a mais pessoas o direito de ter acesso aos meios necessários para uma vida saudavel"


Para os cristãos, escreve o Papa o tema bíblico "Que a saude se difunda sobre a terra" (Eclo 38,8), lembra que a saude vai além de um simples bem estar corporal e cita o epsodio da cura de um paralítico (Mt 9, 2-8), Jesus, antes de fazer com que voltasse a andar, perdoa-lhe os pecados, ensinando que a cura perfeita é o perdão dos pecados e a saude por excelência é a da alma, pois "que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua alma?" (Mt 26, 16).


De fato, continua o Papa, as palavras Saude e Salvação têm origem no mesmo termo latino Salus e não por outra razão, nos Evangelhos, vemos a ação do Salvador da humanidade associada a diversas curas: "Jesus andava por toda a Galiléia, ensinando em suas siagogas, pregando o Evangelho od Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo" "Mt 4, 23).


A Igreja do Brasil recebe feliz e agradecida os votos de Bento XVI para a Campanha da Fraternidade 2012: "possa esta Campanha inspirar no coração dos fiéis e das pessoas de boa vontade uma solidariedade cada vez mais profunda para com os enfermos, tanta vezes sofrendo mais pela solidão e abandono do que pela doença, lembrando que o mesmo Jesus quis se identificar com eles: "Pois Eu estava doente e cuidastes de Mim" (Mt 25, 36¨).


E se associa à Campanha da Fraternidade 2012, fazendo suas as alegrias e as esperanças, as tristezas e angustias de cada um, saudando fraternalmente quantos tomam parte, física ou espiritualmente na Campanha "Fraternidade e Saude Pública"


O Santo Padre termina sua mensagem, invocando a intercessão de Nossa Senhora Aparecida para todos, mas de um modo especial para os doentes, o conforto e a fortaleza de Deus no cumprimento do dever de estado, individual, familiar e social, fonte de saude e progresso do Brasil, tornando-se fertil na santidade, próspero na economia, justo na participação das riquezas, alegre no serviço público, eqüânime no poder e fraterno no desenvolvimento


E que a Bênção Apostólica do Vigário de Jesus Cristo, nos seja de êxito na na realização de mais uma Campanha da Fraternidade. AMEM



















terça-feira, 7 de fevereiro de 2012












OS MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS





A partir de hoje vou propor neste Blog – de forma sistemática – uma catequese sobre os Mandamentos da Lei de Deus. Penso que, muitos dos nossos católicos têm muito a aprender sobre esse assunto.



Afinal, trata-se de sermos coerentes com o Batismo que fez de nós filhos/as de Deus e de vivermos concretamente a nossa fé. Que tipo de filhos somos, se ignorarmos e – pior – se não praticarmos a vontade do nosso Pai expressa nos seus Mandamentos?



Muitos são os que se dizem cristãos, todavia, muitos também são os que esqueceram os Mandamentos de Deus ou por eles pouco se interessam. Há mesmo quem viva como se Deus não existisse.



Aumenta assustadoramente o número das nossas leis simplesmente porque não se observam as dez Leis que Deus nos deu, condensadas em duas por Jesus e, por fim, numa só: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Tudo se resume no amor.



Nos Mandamentos estão em jogo três amores que, na verdade, são um só: o amor de Deus por nós, o nosso amor a Deus e o nosso amor aos irmãos.



Expulsemos, pois, da mente e do coração o temor de que os Mandamentos são normas impostas por um Deus voluntarioso e dominador. Pelo contrário, compreendamos que tudo se reduz ao amor. Diz São João: “Amar consiste no seguinte: em viver conforme os mandamentos de Deus” (2 João 6). E explicita: “No amor não há temor.



Ao contrário, o perfeito amor lança fora o temor, pois o temor implica castigo, e aquele que teme não chegou á perfeição do amor. Nós amamos porque Deus nos amou primeiro... E este é o mandamento que dele recebemos: quem ama a Deus, ame também seu irmão” (1 João 4,18-19.21). Jesus, por sua vez, nos interpela: “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando” (João 15,14).



Estas palavras contêm todo o espírito com que devemos conhecer, amar e praticar os Mandamentos. É para fortalecer a nossa vontade que Deus nos faz conhecer a sua vontade: sua Lei é para nós um dom.



Ela nos estimula a retribuir seu amor de Pai com nosso amor de filhos e filhas e a amar a todos como nossos irmãos e irmãs.Console-nos a palavra do Espírito Santo por boca do salmista: “Quem ama a tua lei tem muita paz, no seu caminho não há tropeço! Espero tua salvação, Senhor, e pratico os teus mandamentos.” (Salmo 118,165-166).



Disse o Papa Bento XVI: “Os Mandamentos, se são vistos em profundidade, são o meio que o Senhor nos dá para defender nossa liberdade tanto dos condicionamentos internos das paixões como dos abusos externos dos mal intencionados. Os «não» dos mandamentos são outros tantos «sim» ao crescimento de uma autêntica liberdade”.



O Papa disse também: “O homem moderno não compreende os Mandamentos; toma-os por proibições arbitrárias de Deus, por limites postos à sua liberdade. Mas os Mandamentos de Deus são uma manifestação de seu amor e de sua solicitude paterna pelo homem. «Cuida de praticar o que te fará feliz” (Deuteronômio 6,3; 30,15s): este, e não outro, é o objetivo dos mandamentos”.



Seja de Jesus a última palavra: “Quem acolhe e observa os meus Mandamentos, esse me ama. Ora, quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele” (João 14,21).Não poderia haver recompensa maior para quem procura ser fiel à vontade de Deus.

NB - O texto acima foi reproduzido com a devida autorização do autor.







PARA SEGUIR JESUS É PRECISO FORÇA DE VONTADE

Sem força de vontade, ninguém faz nada na vida, ninguém se torna alguma coisa. Muito menos se torna verdadeiro seguidor de Jesus Cristo. Ele mesmo advertiu: “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. Porque, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem sacrificar a sua vida por amor de mim, vai salvá-la”(Lucas 9,23-24).
Em outras palavras, é impossível seguir a Cristo sem adotar as atitudes que Ele assumiu. Uma delas foi a cruz: não só a cruz que Ele carregou, sobre a qual foi pregado e na qUal entregou a vida; mas, antes disso, a “cruz” da renúncia ao longo da vida. Para isso, Ele teve que usar toda a sua força de vontade.
Há pessoas que não têm a mínima força de vontade. Diante de qualquer dificuldade se entregam e se deixam arrastar de cá para lá.
Que vai ser no futuro de tantas crianças, adolescentes e jovens que estão sendo criados pelos próprios pais, permitindo que façam tudo o que querem, satisfazendo todos os seus caprichos. Nunca se pede a eles um ato de renúncia, de privar-se de certas satisfações. São educados – melhor, mal-educados – a buscar sempre o mais agradável, o que favorece todas as suas veleidades. Quando forem adultas, essas pessoas serão extremamente egoístas.
Todos nós precisamos de boa dose de firmeza, de força de vontade. O primeiro Livro dos Reis diz assim: “Sê corajoso e porta-te como um homem. Observa os preceitos do Senhor teu Deus, anda em seus caminhos, guarda seus estatutos e mandamentos, normas e decretos, como estão escritos na lei de Moisés. Assim serás bem-sucedido em tudo o que fizeres e em todos os teus projetos.” (1Reis 2,2-3).
Aí está o bom caminho. Se não formos firmes em nossos propósitos, como observaremos a lei do Senhor que é exigente, pede renúncia e solicita perseverança? Com a moleza de costumes não se constrói nada, a não ser poltrões, preguiçosos, pessoas sem espinha dorsal. Nada se pode esperar deles. No dia em que for necessária a dedicação intensa a uma causa, com tais pessoas não se poderá contar. O Evangelho é exigente. O que Jesus vai fazer com discípulos/a sem força de vontade?
A ajuda (“graça”) de Deus está sempre ao nosso dispor. Todavia, Deus não força os corações; Ele apenas oferece seu amor e seu auxílio. Se, de nossa parte não encontrar correspondência – e para corresponder é necessária a decisão da vontade – nada acontecerá. Quantas pessoas poderiam ter sido santas de altar se tivessem correspondido com mais decisão à graça de Deus!
Nós sabemos quanto somos fracos de vontade. É sempre tempo, porém, de recomeçar. Para recomeçar, não devemos presumir de nós mesmos, como se fôssemos heróis. Sejamos humildes e francos: comecemos com pouco, mas sejamos constantes em submeter nossa vontade ao jugo do Evangelho.
Como em qualquer coisa na vida, tudo se aprende aos poucos. Também na vida espiritual é assim: ofereçamos a Jesus um pouco de nós mesmos cada dia, sem desistir, e quando nos dermos contas, já teremos percorrido um bom caminho.
Jesus está conosco até o último dia da história. Fique com Ele também cada dia, custe o que custar. Verá como as coisas acontecerão.



NB - Este texto foi aqui reproduzido com a devida autorização de seu Autor